Mostra carioca alavanca vendas do setor e tem crescimento estimado de 10% em relação ao ano anterior.
Mais uma edição da CasaCor Rio chegou ao fim ontem. A mostra que, pela primeira vez, ocupou parte do Fashion Mall transformando uma área de seis mil metros quadrados — antes vazia — em um condomínio fecha as portas com números que explicam seus mais de 30 anos de sucesso. Ao longo dos dois meses desta 33ª. edição, a CasaCor Rio atraiu cerca de 35 mil pessoas.
Considerada o principal palco anual de novidades, lançamentos de mobiliário e produtos para a casa, a mostra segue sendo um bom negócio para seus expositores. Se os dois meses de mostra aumentam a visibilidade dos profissionais que conhecem ali novos clientes que estão comprando, reformando ou decorando suas casas, para o setor varejista de decoração, o aquecimento das vendas permanece por até três meses após o evento. Afinal, tudo o que é exposto em seus ambientes se transforma em objeto de desejo do consumidor. Não à toa, o crescimento estimado em relação à edição carioca de 2023 é de 10%, já que a previsão é de que o evento movimente mais de R$ 12 milhões no total.
Mas, a economia em torno do evento vai muito além disso. São mais de dois mil empregos diretos e indiretos gerados ao longo dos seis meses de produção, realização e desmontagem da mostra. Só o investimento dos arquitetos na montagem dos ambientes deve ultrapassar R$ 7,2 milhões, tomando-se como base que cada uma das 48 equipes de profissionais vai investir cerca de R$ 150 mil em seus espaços com mão-de-obra, material e execução do projeto. Isso sem contar o volume de negócios gerados com o empréstimo de móveis, objetos, luminárias, revestimentos, etc –, que costuma incrementar as vendas do setor em cerca de 15% durante e após o período de montagem da CasaCor Rio.
Investimento com retorno garantido para profissionais —Antes mesmo do fim do evento, alguns profissionais já fecharam contratos de novos projetos de obras e reformas. A arquiteta Marcela Martins fechou uma parceria com a Farm e vai fazer a decoração da terceira loja da marca em Nova York. Tiago Freire fez tanto sucesso com seu bar secreto inspirado na bossa nova que fechou contrato para fazer um “Listening Bar” de verdade em um badalado restaurante da zona sul carioca. O paisagista Pedro Rabelais teve um aumento considerável no movimento de seu escritório. Foram quatro projetos já entregues com previsão de implementação a partir de dezembro. A arquiteta Fernanda Medeiros fechou dois projetos. E há até quem já esteja iniciando as obras. É o caso de Rodrigo Barbosa, da RG Arquitetura, que também fechou um projeto de apartamento de 300m² na Barra com os proprietários ainda dentro de seu Loft RG.
—A CasaCor é uma mostra que reverte bons benefícios para quem sabe trabalhar o seu potencial. Além do retorno de imagem e de posicionamento no mercado, é possível captar novos clientes muito qualificados — avalia Rodrigo.
Ao longo desses 33 anos, a CasaCor Rio realizou 1.465 dias de evento, nos quais mais de um milhão de pessoas visitaram 1.479 ambientes criados por 668 profissionais. Não à toa, é um evento que há mais de 30 anos ajuda a movimentar a economia do Rio, como ressalta Patricia Quentel, sócia de Patrícia Mayer na realização da CasaCor Rio desde a primeira edição, em 1991:
—Mais que uma mostra de arquitetura e decoração, a CasaCor é um evento cultural, que apresenta uma excelente seleção de obras de arte e uma experiência única, que ajuda a alavancar não só o mercado de arquitetura e construção, mas também a indústria criativa como um todo.
Números da CasaCor Rio: R$ 12 milhões — é o que deve movimentar a CasaCor Rio em 2024, um incremento de 10% em relação à última edição. Dois mil empregos diretos e indiretos são gerados nos seis meses de produção do evento. R$ 7,2 milhões — é o investimento de arquitetos, decoradores e paisagistas na montagem de seus ambientes (incluindo investimentos de fornecedores, apoios, permutas de produtos)
CasaCor RIO 2024: um condomínio em pleno shopping — Em sua 33ª edição, a CasaCor Rio aportou pela primeira vez no Fashion Mall transformando seis mil metros quadrados do shopping, que estavam desocupados, em um condomínio de lofts, estúdios, espaços de uso comum e áreas verdes. Um total de 48 ambientes assinados por 68 profissionais de arquitetura, design de interiores e paisagismo.