Com investimentos de R$ 12,5 milhões, estrutura vai contribuir com aumento da eficiência de operações e descarbonização da indústria.
Inaugurado no dia 11 de novembro (segunda-feira), um laboratório localizado no Centro de Estudos de Energia e Petróleo da Unicamp (Cepetro) vai aprimorar o conhecimento sobre as condições do pré-sal brasileiro, contribuindo com a descarbonização da produção na indústria. A instalação, patrocinada pela Equinor, conta com investimentos de cerca de R$ 12,5 milhões e permitirá a simulação da produção de petróleo e gás, utilizando amostras de campos reais.
—Para a Equinor, gerar valor local é contribuir, por meio de nossas atividades, com o desenvolvimento da sociedade. Temos um histórico muito rico com o Cepetro e a Unicamp e é extremamente recompensador ver um projeto como este saindo do papel, ajudando a Equinor a seguir sua trilha de redução de emissões em suas operações e gerando valor para a Academia e para a indústria como um todo”, declara Andrea Achoa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor Brasil.
“O investimento e apoio contínuo da Equinor ao Cepetro/Unicamp são essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias que podem impactar diretamente a eficiência das operações de produção de petróleo, bem como sua descarbonização. Este laboratório habilita o Cepetro a trabalhar na caracterização de fluidos a alta pressão não só de óleo e gás, um grande problema para a indústria, mas até mesmo de CO2 para aplicações relacionados com captura de carbono. Estamos animados com os resultados que certamente virão dessa colaboração e a possibilidade de uma formação ainda melhor aos alunos e pesquisadores vinculados ao Laboratório— declara Prof. Marcelo Castro, diretor do Cepetro.
Diversos fatores devem ser levados em consideração para a extração de petróleo a mais de três mil metros de profundidade, característica da exploração do pré-sal brasileiro. Ao ser retirado de um reservatório, o óleo bruto está em alta temperatura e, ao subir pelos dutos, está rodeado por água extremamente gelada. Nesse cenário, por exemplo, é comum ocorrer a formação de parafinas e emulsões, o que pode complicar a atividade.
Nesse sentido, o objetivo principal do laboratório é aprimorar modelos matemáticos para uma previsão mais precisa desses fenômenos quando ocorrem a altas pressões. Assim, a eficiência da produção pode ser melhorada, reduzindo a necessidade de energia e produtos químicos e contribuindo assim para uma menor pegada de carbono.
O Laboratório de Propriedades Termofísicas de Fluidos em Alta Pressão (PVTLab) está estruturado com equipamentos de última geração capazes de simular diversas condições. Tecnicamente, será possível observar cenários com pressão em até 1000 bar; temperaturas até 200 graus Celsius; volumes de célula PVT de 50 a 500 ml; além de contar com uma célula de visualização para emulsões e espumas e ser uma infraestrutura preparada para trabalhar com CO₂.
Buscando o melhor por meio da pesquisa —No Brasil, a Equinor vem construindo portfólio diversificado no âmbito de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Até hoje, a companhia já investiu cerca de R$ 600 milhões por meio de projetos de P&D no país. A Equinor conta, hoje, com cerca de 35 projetos em andamento, em tecnologias do petróleo e também em energias renováveis e soluções de baixo carbono.
A inauguração do laboratório fez parte da VI EPIC Conference, seminário promovido pelo Energy Production Innovation Center (EPIC), parceria entre a Equinor, Unicamp e Fapesp iniciada em 2019 que entrou em sua segunda fase em março deste ano.
O Programa tem como objetivo desenvolver conhecimento e soluções em todas as etapas do gerenciamento de reservatório, para a otimização de produção visando maior eficiência e redução de emissões de carbonos líquidos. As soluções desenvolvidas visam acelerar a transformação digital, com foco em códigos-abertos. O Centro conta com quatro linhas de pesquisa com cerca de 100 pesquisadores envolvidos e um Conselho Científico, formado por universidades estrangeiras, o qual amplia as discussões acadêmicas dando suporte a internacionalização das pesquisas desenvolvidas.
Equinor —A Equinor é uma empresa internacional de energia comprometida com a criação de valor a longo prazo em um futuro de baixo carbono. Com portfólio que abrange petróleo, gás, energias renováveis e soluções de baixo carbono, a Equinor é a principal operadora na plataforma continental norueguesa. No Brasil, área estratégica internacionalmente para a companhia, o portfólio crescente conta com ativos em óleo e gás (O&G) e energias renováveis. Em O&G, a companhia tem projetos em desenvolvimento, incluindo Raia e Bacalhau, e ativos em produção, como Peregrino e Roncador. Em renováveis, a empresa conta com ativos em energia solar em operação — as plantas solares Apodi e Mendubim, além de ter adquirido em 2023 a Rio Energy, empresa líder em energia renovável onshore no país.
Cepetro— O Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) é um centro de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com mais de 35 anos de história, focado em petróleo, gás, energias renováveis e transição energética. Instalado, atualmente, em cinco prédios com mais de 5 mil metros quadrados de área, possui dez laboratórios próprios e conta com mais de 350 pesquisadores. Além de executar projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o Cepetro presta serviços técnicos e de consultoria, forma recursos humanos altamente qualificados e promove a disseminação do conhecimento. Seus projetos de P&D são financiados por empresas, fundações e agências governamentais de fomento à pesquisa. O Cepetro é um dos maiores captadores de recursos via cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).