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23/10/2024

CICB e Imaflora firmam parceria para fortalecer a sustentabilidade nas cadeias do couro

E da carne no Brasil.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB, entidade que representa os curtumes do país) e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) anunciaram a assinatura de um acordo de cooperação técnica que marca um avanço importante para a promoção das melhores práticas nas cadeias de valor do couro e da carne no Brasil. A parceria vai difundir e fortalecer instrumentos ligados à sustentabilidade dos dois entes, como o Programa Boi na Linha (sistema unificado de monitoramento, reporte e verificação desenvolvido pelo Imaflora) e o Guia CICB de Matéria-prima (documento com o passo a passo para obtenção de registros sobre origem de peles).

Com o acordo em operação, CICB e Imaflora irão promover junto a seus públicos – como profissionais de curtumes, pecuaristas e indústria frigorífica — seus diferentes programas ligados à sustentabilidade, resultando em um intercâmbio de diálogo e valores com os diversos elos da cadeia produtiva. Qualificações, ações de sensibilização, treinamentos, uso de plataformas de comunicação e mídia irão apoiar a aproximação com os atores do sistema.

A parceria é um passo significativo para a promoção de uma cadeia de valor ainda mais transparente e alinhada às exigências do mercado, como explica Ricardo Andrade, assessor técnico e de sustentabilidade do CICB. —A construção de um setor de couros alinhado aos padrões de excelência se inicia muito antes de uma pele chegar ao curtume. Por isso, o acordo entre CICB e Imaflora é tão relevante: ele entrega o propósito das duas organizações para diferentes públicos, com uma cooperação para disseminar conhecimento para uma produção mais responsável e promoção de valores em uma extensa cadeia—avalia Ricardo. Ele lembra que o couro brasileiro tem atenções muito direcionadas ao mercado internacional, já que 80% da produção do país têm como destino a exportação. Com a iminência da entrada em vigor de legislações com novas exigências de monitoramento, explica Ricardo, a participação de fornecedores indiretos é determinante nas entregas do couro do Brasil junto aos seus clientes, que incluem grandes marcas em mais de 80 países.

Para o gerente de projetos em Cadeias Agropecuárias do Imaflora, Lisandro Inakake, a adesão da indústria do couro ao protocolo Boi na Linha é emblemática: —Ela reforça a percepção de que, com o agravamento da crise climática, requisitos de conformidade socioambiental tendem a se universalizar. Mesmo atuando em mercados mais sofisticados e de grande valor agregado, como é o caso do couro brasileiro, existe o desafio de assegurar que sua cadeia de fornecimento está livre de desmatamento e de ilícitos, como trabalho escravo e ocupação irregular de terras e áreas protegidas, dois importantes pilares do monitoramento desenhado pelo protocolo Boi na Linha—. Consolidado há cinco anos, o protocolo irá conferir maior credibilidade e segurança quanto à origem das peles.

Com duração inicial de três anos, o acordo entre CICB e Imaflora reforça o compromisso das organizações com os processos de aprimoramento contínuo do setor no que toca ao controle de origem de uma importante matéria-prima. As ações buscarão engajar as empresas para as melhores práticas para atendimento às demandas dos mercados globais e serão compartilhadas nas mídias dos dois parceiros.

Imaflora — Desde 1995, atua na promoção do uso sustentável e inclusivo dos recursos naturais. Suas ações conciliam conservação ambiental e desenvolvimento econômico, atendendo a demandas das cadeias florestais, agropecuárias, da sociobiodiversidade e da agenda climática. Realiza trabalho em campo, assistência técnica, serviços ESG e certificações, além de pesquisa e desenvolvimento de dados.

CICB — O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é a entidade que representa as empresas que produzem couro no país. Desde 1957 – ano de sua fundação – o CICB busca o crescimento, a qualificação, o fortalecimento e a união do setor. O direcionador da organização é a sustentabilidade, por meio da qual a entidade atua em projetos de tecnologia e formação de novos profissionais e diálogo com entes governamentais.