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05/10/2024

Museu do Samba ganha Prêmio Melhores ONGs 2024

Localizado na Mangueira, instituição tem maior acervo do Brasil especializado em samba e programa educativo antirracista em escolas públicas. Iniciativa dos institutos Doar — Certificadora Social e O Mundo que Queremos, premiação será entre em novembro, em São Paulo.

O Museu do Samba ganhou o Prêmio Melhores ONGs 2024. Realizada pelos institutos Doar — Certificadora Social e O Mundo que Queremos, a premiação avalia centenas de projetos e divulga, anualmente, as ONGs de todo o Brasil que mais se destacam pelos critérios de gestão, governança, sustentabilidade financeira e transparência. Foram escolhidas ONGs com atuação em segmentos de saúde, medicina, cultura, educação, inclusão social e meio ambiente, entre outros. A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá em 22 de novembro (sexta-feira), em Osasco, em São Paulo.

—O Museu do Samba existe há 23 anos e cumpre o papel de guardião da memória ancestral, tendo em vista sempre – e de maneira inegociável — a busca pelo desenvolvimento social e humano de um coletivo sofrido, mas de muita potência. Nossa luta é pela preservação da memória dos sambistas, da história do samba e pela inclusão social e cultural das novas gerações, tendo sempre o samba como referência— afirma Nilcemar Nogueira, fundadora e diretora de projetos do Museu do Samba.

Cultura e educação antirracista — Localizado aos pés do Morro da Mangueira, o Museu do Samba possui o maior acervo especializado no gênero, com mais de 45 mil itens, um centro de pesquisa e documentação e uma coleção com mais de 170 registros audiovisuais de grandes nomes do samba e do carnaval. Atualmente, mantém em cartaz cinco exposições fixas e prepara, para novembro, a estreia de uma nova mostra, intitulada “Patrimônios Negros”.

A ONG estreou este ano um projeto de educação antirracista, intitulado “Samba Nego Miudinho”, uma exposição itinerante que está percorrendo escolas públicas da rede municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro. A mostra leva às escolas a história social do samba, com destaque para a trajetória de grandes sambistas e suas obras, além das origens africanas do gênero, que são apresentadas aos alunos por meio de itens como pinturas, objetos, fantasias e adereços que fazem parte do acervo do museu. —É um projeto cultural que tem uma proposta de educação antirracista e representa uma oportunidade prática de aplicação da Lei 10.639, que prevê o ensino da cultura afro-brasileira em nossas escolas — explica Nilcemar Nogueira.

Perfil do prêmio — Considerado “farol de referência” no terceiro setor brasileiro, o Prêmio Melhores ONGs existe desde 2017 e realiza este ano sua 8ª edição. Mais de cinco mil organizações sem fins lucrativos de todo o Brasil já foram avaliadas neste período. A cada ano, 100 ONGs recebem o reconhecimento. Elas foram avaliadas segundo os seguintes critérios: 1) causa e estratégia de atuação; 2) representação e responsabilidade; 3) gestão e planejamento; 4) estratégia de financiamento; 5) comunicação e prestação de contas. O Brasil registra a existência de cerca de 800 mil ONGs em todo o território nacional.

Sobre o Museu do Samba — Organização social que atua para promover a valorização, a difusão e a preservação da memória do samba e dos sambistas, o Museu do Samba foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro em maio de 2024, por meio da Lei 10.360/24. Fundado em 2001 pelos netos do compositor Cartola e sua esposa e baluarte da Mangueira Dona Zica, o museu nasceu com o nome de Centro Cultural Cartola. Em 2015, o local foi rebatizado com o nome atual e ampliou sua atuação. O dossiê que levou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder às Matrizes do Samba do Rio de Janeiro o título de Patrimônio Cultural do Brasil foi elaborado pelos pesquisadores do museu, com a coordenação de Nilcemar Nogueira.