A cerimônia contou com participações de figuras importantes do Carnaval do Estado do Rio de Janeiro. que o espaço seja um importante local de formação e de aperfeiçoamento profissional.
A Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac) foi inaugurada no dia 1º de outubro (terça-feira), na Travessa dodo Ouvidor, Centro do Riode Janeiro. A festa contou com a presença de diversos nomes importantes da história do Carnaval, como o compositor Tiãozinho Mocidade, tricampeão com a escola de Padre Miguel, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Rute e Julinho, da Viradouro, o coreógrafo Carlinhos de Jesus, que tem dois títulos com a Mangueira, a presidente da Mocidade Alegre Solange Cruz, o pesquisador Felipe Ferreira e Geisa Ketti, filha do cantor Zé Ketti, que morreu em 1999.
Além de convidados ilustres, o evento celebrou a memória da carnavalesca Rosa Magalhães, que morreu em julho deste ano, e homenageou a cantora Teresa Cristina e o mestre de bateria da Viradouro, Ciça.
A academia surge em uma iniciativa do professor, ex-carnavalesco e comentarista de Carnaval, Milton Cunha e da fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras), Célia Domingues, que atua há 26 anos na economia criativa do Carnaval. O espaço vai buscar promover a cultura do samba, oferecendo cursos, palestras, oficinas e debates, além de eternizar e preservar a memória de sambistas que ajudaram a construir a história do samba, mas não estão mais entre nós
De acordo com Viviane Martins, pesquisadora e apresentadora de casais de mestre-sala e porta-bandeira, a iniciativa é muito importante para o mundo do samba.
— É de um significado e de uma importância que é incalculável, quando a gente para pra pensar no que foi no passado quando os sambistas eram tratados como marginais, como pessoas desocupadas e hoje a gente (sambistas) um espaço dentro do Centro da Cidade, ocupar esse lugar em que antigamente éramos marginalizados. É imensurável a importância— declarou Viviane.
—É uma conquista extremamente importante para todos e todas nós sambistas porque a gente finca o nosso pé em uma região nobre e aqui vamos contar nossas histórias, futuramente vai ter oficina de adereço, de samba no pé. É um espaço democrático, de muito valor, muita representatividade— completou.
—Há 20 anos, eu e Célia sonhamos em ter um núcleo de pensamento, crítica, aprendizado, ensino dos saberes do mundo do samba. A academia privilegia a democracia do samba, do carnaval, dos bailes, dos coretos, dos blocos, das escolas de samba e está instalada no Rio porque é a capital mundial do Carnaval— afirmou Milton Cunha, presidente da Abac.
—A gente já convidou 120 notórios saber, eles estão na parede, eles estão aqui. E aí a gente vai chegar a duzentos. Todos os carnavais do brasil, blocos, coretos, bailes, escolas de samba vai estar tudo junto. É o saber carnavalesco de todo o Brasil— completou Milton Cunha, presidente do Abac.
Além de funcionar como um centro de memória, a nova academia também vai oferecer cursos, oficinas e palestras o ano inteiro. A ideia é que o espaço seja um importante local de formação e de aperfeiçoamento profissional.
A Abac fica na Travessa do Ouvidor, 09, Centro do Rio de Janeiro, e funciona de segunda à sexta, das 9 às 21 horas e sábado e domingo das 10 às 18 horas. | Instagram: acad.artescarnavalescas