Levantamento sobre as relações de compra e venda entre os grandes players do mercado e fornecedores. Federação das Indústrias do Rio de Janeiro aponta os principais gaps para o desenvolvimento da cadeia produtiva estadual e nacional nos mercados de óleo, gás e naval. Rodadas de negócios terão pequenos e médios fornecedores.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) participa da ROG.e, principal feira de energias do país e que reúne no Boulevard Olímpico, Centro do Rio de Janeiro, as principais empresas dos mercados de óleo, gás e energias do Brasil e do planeta. Na tarde do dia 23 de setembro (segunda-feira), a Firjan apresentou levantamento inédito sobre as relações de compra e venda entre os grandes players do segmento e a cadeia de fornecedores, que nem sempre falam a mesma língua.
Com base nos resultados do Rede de Oportunidades (RdO) — Óleo, Gás e Naval na cadeia de fornecedores, programa implantado pela Firjan Senai Sesi em 2022, há uma necessidade de maior interação entre as empresas demandantes – tomadoras das decisões de contratação — e os fornecedores. Entre 2022 e 2023, o programa promoveu 10 edições, colocando frente a frente grandes empresas e fornecedores fluminenses. O programa confirmou que a relação comprador e fornecedor deve ser o mais transparente e fluida possível.
Porém, a análise constatou que, de um lado, os compradores indicam problemas envolvendo o prazo de entrega, a falta de certificações e a entrega de materiais. No lado oposto, fornecedores encontram dificuldades no acesso às equipes de suprimentos das empresas maiores, na identificação das certificações necessárias e no seu desenvolvimento e capacitação.
—De acordo com a EPE, até 2030 o país produzirá 5,4 MMpd, tornando o Brasil o 5º maior produtor de óleo do mundo. A maior parte desse óleo estará em águas fluminenses, nas bacias de Campos e Santos, que receberão 13 novos FPSOs até 2028. Ou seja, há um volume enorme de crescimento para fornecimento de produtos e serviços. A cadeia produtiva fluminense e brasileira não pode ficar de fora—ressalta a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Indústria Marítima da Firjan, Karine Fragoso.
Diante deste cenário, a federação construiu um painel dinâmico de investimentos potenciais dedicados a esses mercados e oportunidades, totalizando um montante de US$ 182 bilhões de dólares em investimentos para além do horizonte de 2030.
O levantamento apresentado na RGO.e reúne os resultados coletados nas dez primeiras edições do Rede de Oportunidades, com a participação de dez grandes players e perto de mil potenciais fornecedores identificados, resultando em mais de 300 oportunidades de compras apontadas. O mapeamento constatou também que há mais de 10 mil itens de bens e serviços consumidos por este mercado, atrelados a três mil potenciais fornecedores, a maior parte concentrada no estado do Rio de Janeiro.
Os principais itens são fabricados pelas indústrias metalmecânica, química e de construção naval. Mas também há oportunidades, onde não foram encontrados fornecedores locais, para recolhimento de óleo produzido, consumíveis de solda e reparo de secadoras, entre outros serviços e produtos.
No período, conforme dados coletados em pesquisas de satisfação do programa, foram cadastradas mais de 600 empresas como potenciais novas fornecedoras. Também foram gerados mais de R$ 6,5 milhões em volume de negócios a partir do RdO. Ao longo das 10 primeiras edições ocorreu um aumento de 10% no faturamento das empresas participantes.
Ao fazer o cruzamento de informações do levantamento entre demanda de certificações e o atual panorama dos fornecedores, também foram identificados alguns gaps. Os dois principais são as ISOs 17.025 e 14.001, que dissertam sobre a competência de laboratórios de ensaio e calibração e sobre o sistema de gestão ambiental, respectivamente. “Não necessariamente todos os fornecedores necessitam de todas as certificações, dada a natureza dos bens e serviços demandados. Nesse sentido, a Firjan Senai Sesi está preparada para qualificar e capacitar cada vez mais as empresas fornecedoras, garantindo o acesso delas neste grande mercado”, afirma Karine.
Pequenas empresas — Em 2024, a Firjan se uniu ao Sebrae RJ para promover rodadas do RdO com uma maior participação de pequenos e médios fornecedores. Para esse segmento, em paralelo à feira, o Rede de Oportunidades promoverá sua 14ª edição, nesta terça e quarta-feira. No primeiro dia, estarão presentes a SBM, NOV, Porto do Açu e PRIO. Já no dia seguinte, participam Yinson, BW Energy e TAG.
Conforme a federação, mais de 450 novas oportunidades de negócios foram mapeadas junto as sete empresas-âncora, duas a mais do que a grande edição do Macaé Energy, em julho último. Da mesma forma, os fornecedores interessados alcançam cerca de 600 empresas inscritas nos dois dias, número quase 20% maior que o atingido para edição de Macaé. Em relação às demandas, o valor somente nessa edição já representa metade do atingido nas dez primeiras edições do RdO. | https://roge.energy
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