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14/09/2024

259.613 mil autoveículos foram produzidos em agosto, diz Anfavea

Crescimento de 5,2% em relação a julho e de 14,4% na comparação com agosto de 2023.

Agosto tem o maior nível de produção e a melhor média diária de vendas do ano. Novo estudo Anfavea/BCG aponta que cerca de 50% dos veículos vendidos na virada da década serão híbridos ou elétricos.

O ritmo elevado de produção verificado em julho continuou ao longo de agosto, configurando o maior volume do ano, com 259.613 autoveículos produzidos, crescimento de 5,2% em relação a julho e de 14,4% na comparação com agosto de 2023. Desde outubro de 2019 não havia um resultado tão positivo.

— As fábricas estão acelerando em função não só da reação consistente do mercado interno, mas também pela quantidade de lançamentos importantes — explicou.

Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com um dia útil a menos que julho, agosto fechou com 237,4 mil unidades emplacadas, 14,3% a mais que no mesmo mês do ano passado. Foi o melhor mês no ano em média diária de vendas, com 10,8 mil unidades. O acumulado deste ano (1.623 mil) é o melhor desde 2019.

O comportamento dos modelos importados apresentou estabilidade em relação ao mês anterior, com leve queda de 1,7%. A participação acumulada no ano continua elevada, agora em 17,2%, e vem sendo impulsionada sobretudo por produtos de origem chinesa. Estimativa da Anfavea é de que há no país um estoque recorde de modelos chineses, de cerca de 81 mil unidades.

Apesar da retração das exportações, os embarques de 38.225 unidades em agosto representaram o segundo maior volume do ano. Argentina, México, Colômbia e Chile registraram crescimento em seus respectivos mercados. Porém, a queda de 17,9% no acumulado do ano ainda é motivo de preocupação para o setor no momento.

Estudo de descarbonização: uma contribuição do setor automotivo para a COP — A Anfavea e o Boston Consulting Group (BCG) entregaram hoje ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o novo estudo intitulado —Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil—. Trata-se de mais uma contribuição da entidade e do setor para a COP, que será realizada este ano no Azerbaijão e no ano que vem em Belém, no Pará.

Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil. Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.

No entanto, o estudo Anfavea/BCG demonstra que, ao se intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis, pode-se obter uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos.

Segundo a Anfavea, essa redução pode ser ainda mais expressiva, alcançando 400 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período, caso sejam adotadas as seguintes medidas: Renovação da frota: Inspeção veicular; Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis; Implementação de programas de reciclagem veicular.

Esse avanço envolve o desenvolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis. Como consequência deste cenário, a venda de veículos híbridos e elétricos leves pode ultrapassar a de veículos a combustão até o fim desta década, atingindo 1,5 milhões em 2030, podendo representar mais de 90% em 2040.

Já para o segmento de veículos pesados, as vendas com novas tecnologias de propulsão podem representar 60% em 2040. Em aplicações como ônibus urbanos, as versões elétricas podem ultrapassar 50% já em 2035.

—O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações — concluiu Márcio de Lima Leite.