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11/09/2024

Brasil exporta oportunidades

Opinião é da AEB, ao analisar balança comercial de agosto.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) vê com preocupação os dados da balança comercial de agosto, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (SECEX/MDIC). O crescimento das importações, observa a entidade, é concentrado na indústria de transformação, pulverizado entre muitos produtos e não focado em poucos itens, e ocorre apesar da cotação mais alta do dólar. Entre os fatores que vem pressionando negativamente as vendas brasileiras no mercado internacional, estão a redução sazonal da soja, os preços dos grãos em queda e, sobretudo, o estoque de itens diversos na China, permitindo ao país exportar com preços baixos.

—Um dos melhores exemplos é o aço, cujo estoque é bem alto entre os chineses. Com isso, eles têm demandado menos minério de ferro, um dos itens mais importantes na nossa pauta de exportação— atesta José Augusto de Castro, presidente-executivo da AEB.

O executivo da AEB considera que a corrente de comércio — com alta de 1,4% em agosto — apresenta uma espécie de crescimento negativo. —Enquanto priorizarmos a importação de manufaturados em detrimento da produção nacional, a economia brasileira vai continuar derrapando, a renda será baixa e os melhores empregos estarão lá fora. Estamos exportando as melhores oportunidades por um preço muito baixo —conclui Castro.

A aceleração das importações (13%) e a queda nas exportações (6,6%) mostradas na balança comercial de agosto, apontam para um superávit comercial mais tímido em 2024, embora ainda deva ser bastante significativo para a economia brasileira. A projeção da AEB é de um superávit de US$ 77 bilhões.