Entenda qual a tecnologia empregada na fabricação dos pellets do omeprazol. A tecnologia é 100% nacional.
Utilizados no tratamento do excesso de produção de ácido no estômago, medicamentos da família do omeprazol são amplamente conhecidos dos brasileiros. Segundo estimativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais de 64,9 milhões de unidades foram consumidas em 2022. O alto consumo demanda iniciativas de pesquisas por parte da indústria farmacêutica para melhorar tanto eficácia quanto conforto para pacientes que usam o medicamento para tratar as “queimações estomacais”, como são popularmente chamadas as úlceras gástricas, duodenais e refluxos.
Foi assim e com tecnologia 100% nacional que a farmacêutica Prati-Donaduzzi lança um novo medicamento que se torna referência na Anvisa: o Pratiprazol é bioequivalente ao produto referência encontrado nos Estados Unidos e a aplicação de tecnologia mais avançada possibilitou o desenvolvimento de um medicamento altamente concentrado, garantindo o efeito pleno em uma cápsula menor e mais fácil de deglutir.
O seu desenvolvimento foi feito a partir dos pellets, que são microesferas que contêm o princípio ativo do medicamento e oferecem uma série de vantagens biofarmacêuticas. Graças às camadas de revestimento aplicadas, é possível oferecer diferentes sistemas de liberação para cada fármaco.
No caso do Pratiprazol, é possível observar em cada cápsula dezenas de microesferas de aproximadamente 1,3 mm de diâmetro, que são responsáveis por proteger o omeprazol do ácido presente no estômago. Essa proteção evita que a degradação do pH ácido faça o medicamento perder o efeito em pouco tempo, como acontece com os comprimidos tradicionais. O tamanho reduzido das microesferas também facilita a passagem dos pellets do estômago para o intestino, potencializando a ação do medicamento.
Tecnologia 100% brasileira — Mesmo sendo encontrada em vários medicamentos, a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi é a única da América Latina a dominar e produzir a partir dos pellets em escala comercial. Foram alguns anos de investimento em pesquisas e equipamentos para dominarmos a tecnologia. A farmacêutica e diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Prati-Donaduzzi, Letícia Rechia, explica que muitas outras farmacêuticas importam os pellets e os encapsulam no Brasil. —A grande vantagem é que na Prati-Donaduzzi possuímos o domínio da tecnologia na fabricação em larga escala e todo o processo é feito no Brasil —conta a diretora.
O primeiro medicamento desenvolvido pela farmacêutica a partir da tecnologia própria de pellets foi lançado em 2017, para o tratamento do Alzheimer. —Atualmente, possuímos três leitos fluidizados com aparatos e sistemas específicos para pellets, sendo um deles para até 600 quilos. Nossa capacidade de produção com esse sistema é de 150 milhões de doses por ano. O reconhecimento do Pratiprazol como medicamento de referência na Anvisa é resultado do investimento que temos feito para avanço de pesquisas nesse sentido —comenta o CEO da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni.