Aquilo que não era bom vai ficando pior com novos garfos sobre o bolo das riquezas do planeta. A humanidade, movida por cobiças, não foi capaz de construir na Terra algo parecido com o paraíso de paz e beleza. Enquanto isso, as ameaças de destruição massiva estão progredindo. Eis aí um alvo para a humanidade atrair a paz, mas o despotismo vai permitir? A crise chegou no ocidente e surge nova potência buscando os recursos naturais. A miséria no entorno é o chamariz que mexe com a pessoas, abrindo espaço para a propagação de ideologias extremistas.
Nero, imperador de Roma, era um déspota que não escondia isso. Pensava-se que o despotismo havia sido eliminado, mas foi disfarçado e tem estado presente em muitas decisões e eleições. O petróleo da Venezuela tem forte atrativo. Há fortes interesses. Mas o processo eleitoral, formalizando o labirinto do poder por 20 anos, colocou flagrantes dúvidas, criando um impasse geopolítico. Quem vai levar a melhor? Assim como em muitas regiões favorecidas por valiosos recursos naturais, poucos benefícios chegam à população local.
Não há mais dissimulação, pois o despotismo avança. O grande poder dos EUA se vê ameaçado pelos novos padrões econômicos e pela queda no preparo das novas gerações. A América do Sul era vista como imagem do paraíso. Os nativos viviam de forma simples, desfrutando da natureza e seus frutos, enxergando nela um reflexo da perfeição da vontade divina. Os europeus chegaram famintos por ouro e prata, e aos poucos a imagem paradisíaca foi se apagando. Com a cooperação de governantes, a América Latina se tornou fonte de matérias-primas e riquezas para as nações mais avançadas. Estão aí há tantos anos e ainda não querem reconhecer como o câmbio funciona. Não se incomodam com a penúria da população que depende do salário, o qual perde valor para permitir a conservação do emprego.
Nestes dias conturbados de 2024, em que a Terra entra em déficit por já ter consumido o crédito anual de recursos, quem se anima para ver os debates de candidatos que se assemelham às arenas de Roma, com pesados ataques verbais, como golpes com armas medievais usadas pelos gladiadores, em vez de proporem alvos elevados para a espécie humana? A vida é uma passagem. As riquezas materiais não passam para o lado de lá.
O homem espiritual tinha ligação com a natureza e intuição captada pelo cerebelo. Foi um longo período para se processar a mudança. Os filósofos e eruditos queriam que o homem fosse o ser racional por excelência, mas isso o restringiu àquilo que seu cérebro limitado ao tempo espaço consegue captar.
Com o monetarismo livre das amarras do lastro, a taxa de juros se tornou o mecanismo adotado para suprir as lacunas. O que aconteceria hoje com o dólar se a taxa básica de juros (FED) fosse reduzida em 40%? Globalmente, as moedas têm sido jogadas às traças, acelerando o processo de desmanche revelado no aumento dos preços. Depois de 1971, o lastro do dinheiro é a taxa de juros que, elevada, forma a bola de neve das dívidas. Com abusos, deixaram o dinheiro adoecer e perder valor
O lastro para dinheiro sadio deveria ser a seriedade dos governantes, o equilíbrio nas contas, gestão séria voltada para o aprimoramento da espécie humana. Só assim o dinheiro permitiria uma sólida e benéfica edificação das nações, mas as cobiças por riqueza e poder são dominantes e a humanidade não evolui. Com indolência, os seres humanos não querem reconhecer os seus erros e facilmente são enlaçados pelo que é baixo. Dessa forma, estão perdendo o rumo quando deveriam estar evoluindo continuamente.
• Por: Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home | E-mail: [email protected]