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15/08/2024

A evolução do Pix e a nova dinâmica do mercado financeiro

Não é exagero dizer que o Pix conquistou os brasileiros. Desde que foi lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, a modalidade de pagamento instantâneo vem batendo recorde atrás de recorde, com aumento expressivo de adesão e uso. Em junho de 2024, já eram mais de 765 milhões de chaves cadastradas, e média de mais de 175 milhões de transações por dia. Além disso, somente no primeiro semestre do ano, foram registradas mais de 28 bilhões de transações, o equivalente a mais de R$11 trilhões transacionados. Dessa maneira, o Pix vem revolucionando a maneira como pessoas e empresas fazem e recebem pagamentos todos os dias.

Um exemplo é o desaparecimento ou declínio de alguns meios de pagamento que antes eram amplamente utilizados entre os brasileiros, como o extinto DOC, TED, o cheque, e até mesmo o dinheiro em espécie. E nesta esteira das transformações, o mercado já está de olho no impacto também nos segmentos de cartões de crédito e débito. Segundo um levantamento da Federação Brasileira de Bancos, com base em dados divulgados pelo BC e pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (ABECS), o uso do Pix disparou 74% em 2023 e chegou a quase 42 bilhões de pagamentos em toda a economia brasileira, superando em número de transações as cobranças combinadas com cartões de crédito e débito em cerca de 23%.

Ou seja, é fato que o Pix tem provocado transformações importantes na dinâmica do mercado, e como ele segue se popularizando cada vez mais, novas mudanças devem vir por aí, apoiadas pelos diversos benefícios como agilidade, segurança e conveniência, além de, claro, redução de custos. Tomando um setor como exemplo, no caso do varejo, o pagamento via Pix tende a ser um grande aliado, mais vantajoso do que pagamentos com cartões, uma vez que as taxas de transações são mais baixas e o melhor: o varejista pode receber o dinheiro imediatamente.

Essa popularização do Pix também é vista entre as empresas. Afinal, o mercado B2B possui necessidades semelhantes às do mercado B2C e específicas, como por exemplo a conciliação dos pagamentos. Por esse motivo, o ecossistema financeiro – incluindo atores como o BC, os bancos, as fintechs e as empresas de tecnologia – tem desenvolvido soluções que facilitem sua adesão como meio de pagamentos entre corporações. E assim o Pix tem se tornando cada vez mais atrativo e vantajoso na jornada de pagamento entre fornecedores e clientes.

Assim como no caso das pessoas físicas, os benefícios são inúmeros. As empresas ganham mais agilidade em sua gestão financeira, ampliam a oferta de opções de pagamento para seus clientes, e ainda reduzem custos, aumentando a eficiência e sua competitividade no mercado. E a tecnologia tem sido essencial para o desenvolvimento de soluções que facilitem a adesão do Pix no dia a dia dos negócios. Hoje o mercado já disponibiliza, inclusive, inovações voltadas para a integração desta modalidade de pagamentos ao ERP ou PDV da companhia, garantindo uma gestão unificada dos pagamentos, conciliações automáticas e maior eficiência nos processos.

A própria possibilidade de ter no boleto a opção de recebimento por Pix é mais uma alternativa vantajosa para as empresas. Na prática, é permitir que o pagador tenha flexibilidade de escolha e que o recebedor tenha mais agilidade no recebimento. Isso se reflete em maior liquidez sem abrir mão de funcionalidades essenciais. A expectativa é que essa modalidade ganhe espaço no mercado em setores nos quais o boleto ainda é muito utilizado, como no caso de mensalidades escolares, condomínios, concessionárias de serviços essenciais, assim como em pagamentos entre empresas. E, quando estão integradas ao ERP, facilitam as rotinas de faturamento e contas a receber e eliminam processos manuais como troca de arquivo com banco ou baixa de operações.

A tecnologia tem revolucionado o mercado financeiro em muitos aspectos e, sem dúvida, o Pix conquistou o país, instituindo novas maneiras – mais simples, rápidas e acessíveis – de pagar e receber. Neste contexto, é uma questão de tempo para que as empresas adotem o pagamento por Pix para simplificar sua gestão financeira e se tornarem cada vez mais eficientes e competitivas.

Por: Eduardo Neubern, CEO da Totvs Techfin.