Aumento de 2,4% na produção de petróleo e gás natural em 12 meses. Aumento nas vendas de derivados no Brasil e alto fator de utilização das refinarias também são destaques no Relatório de Produção e Vendas do segundo trimestre de 2024.
A Petrobras divulgou seus resultados trimestrais de produção e vendas no dia 29 de julho (segunda-feira), cujos dados informam que encerrou o segundo trimestre de 2024 com uma produção média de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), aumento de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O incremento foi propiciado pela evolução na produção (ramp-up) dos FPSOs Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba, além da entrada em produção de 12 novos poços de projetos complementares, sendo oito na Bacia de Campos e quatro na Bacia de Santos.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a produção foi 2,8% inferior, devido, principalmente, ao maior volume de perdas por paradas para manutenções, dentro do previsto no PE 2024-28+, e ao declínio natural de campos maduros.
As vendas de derivados de petróleo no mercado interno tiveram aumento de 3,2% no trimestre, com destaque para a comercialização de diesel e de GLP, reflexo da maior atividade econômica e de temperaturas médias mais baixas, respectivamente. As vendas de diesel S-10 nesse trimestre representaram 64% das vendas totais de óleo diesel pela Petrobras, estabelecendo um novo recorde trimestral.
A partir deste trimestre, o relatório de produção e vendas passa a informar também os dados de emissões atmosféricas da Petrobras. No primeiro semestre de 2024, as emissões operacionais de gases de efeito estufa oriundas das atividades de óleo e gás da companhia foram de 21,4 milhões de toneladas, patamar similar ao primeiro semestre de 2023, no qual alcançaram 20,7 milhões de toneladas.
Fator de Utilização das refinarias continua elevado — O fator de utilização total (FUT) do parque de refino manteve patamar elevado, de 91% no 2T24, mesmo considerando as paradas programadas realizadas nas refinarias Replan, Reduc, Recap, Revap e Regap.
A participação de petróleo do pré-sal nas cargas das refinarias alcançou índice trimestral recorde, de 69%, favorecendo a produção de derivados de maior valor agregado e a diminuição de emissões.
A produção total de derivados teve leve redução, de 0,5% na comparação com o trimestre anterior. Ao mesmo tempo, houve incremento da produção de gasolina e diesel, produtos de maior valor agregado. No 2T24, a produção de QAV, gasolina e diesel representou 69% do total refinado.
Nova carteira de produtos de gás natural — No segundo trimestre de 2024, foram celebrados e aditados contratos de fornecimento de gás natural com volume aproximado de 940 mil m³/d na modalidade de consumidor livre. Foram celebrados também aditivos aos contratos de fornecimento com seis distribuidoras, para inclusão do mecanismo de prêmio por performance com redução de preços a partir de consumo a maior pelos clientes, mecanismo criado para dar mais competitividade à Petrobras frente a concorrência.
A venda de gás natural teve redução de cerca de 3 milhões de m³/dia em relação ao primeiro trimestre de 2024, em função do aumento da participação de outros agentes, decorrente do processo de abertura de mercado. Pelo lado da oferta, houve redução de 2 milhões de m³/dia de importação de gás natural da Bolívia pela Petrobras, em linha com as flexibilidades contratuais negociadas.
Novas plataformas entram em operação ainda em 2024 — Um marco relevante nesse último trimestre foi a chegada do FPSO Marechal Duque de Caxias ao Brasil e a conclusão da sua ancoragem no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, que será o terceiro sistema definitivo de produção do campo, está prevista para entrar em operação no segundo semestre deste ano.
Já o FPSO Maria Quitéria teve sua entrada em produção adiantada para o último trimestre de 2024. A plataforma saiu do estaleiro da China em maio e está em navegação para o Brasil. A unidade irá operar no campo de Jubarte, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, e possui tecnologias para descarbonização, como o ciclo combinado na geração de energia e Flare Gas Recovery Unit – FGRU (flare fechado).
No primeiro semestre de 2024 a Petrobras entregou a produção planejada de 2.737 Mboed, em linha com seu PE 2024-2028+.
A produção de óleo no pré-sal foi de 1.815 Mbpd, 2,3% abaixo do primeiro trimestre de 2024, devido, principalmente, ao maior volume de perdas por paradas programadas e manutenções, intervenções não planejadas em grandes máquinas nas plataformas de Búzios (tais como sistemas de compressão de gás e turbogeradores), efeitos parcialmente compensados pelo ramp-up do FPSO Sepetiba.
A produção do pós-sal foi de 306 Mbpd, 10,8% inferior ao primeiro trimestre de 2024, principalmente em função de intervenções não planejadas para atendimento aos requisitos de segurança operacional, maior volume de perdas com paradas programadas e manutenções, além do declínio natural de produção. Estes fatores foram parcialmente compensados pela entrada em produção de dois novos poços de projetos complementares na Bacia de Campos.
A produção em terra e águas rasas foi de 35 Mbpd, em linha com a do trimestre anterior. A produção no exterior foi de 34 Mboed, referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com a do primeiro trimestre de 2024.
Em maio de 2024, o FPSO Marechal Duque de Caxias chegou ao Brasil e concluiu, em junho, a ancoragem no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, que será o terceiro sistema definitivo de produção do campo, está prevista para entrar em operação no segundo semestre deste ano, e tem capacidade para produzir até 180 Mbpd de óleo e 12 MMm³/d de gás natural.
— O FPSO Maria Quitéria está em navegação para o Brasil e deve chegar à locação nas próximas semanas. A unidade tem início de operação previsto para o último trimestre de 2024, antecipando assim o cronograma do PE 2024- 2028+, que era de entrada em operação em 2025. O Integrado Parque das Baleias é um projeto 100% Petrobras, que faz parte do Programa de Renovação da Bacia de Campos, e irá contribuir para o aumento da produção, redução do custo de extração e das emissões— disse Magda Chambriard, presidente da Petrobras.