No frenesi do mundo corporativo contemporâneo, onde a velocidade do crescimento muitas vezes ofusca a relevância da maturidade na gestão, emergem questões cruciais para empresas que almejam não apenas expandir, mas também perdurar: qual a importância da maturidade na gestão? E como organizações que crescem rapidamente podem alcançá-la de maneira sustentável?
A resposta a estas perguntas reside não apenas na eficiência operacional ou na capacidade de ganhar escala rapidamente, mas na habilidade de cultivar uma cultura organizacional resiliente e adaptável. A cultura é moldada pela metodologia de gestão, pelo controle e pela disciplina. Muito além do deslumbramento com os números que aparecem nos relatórios, as empresas precisam desenvolver uma compreensão profunda dos desafios que enfrentam, inclusive para mantê-los.
A maturidade na gestão exige uma liderança que transcenda o curto prazo e abrace uma visão estratégica de longo prazo. Significa reconhecer que o crescimento acelerado, embora seja um sinal de sucesso, também irá expor e agravar vulnerabilidades. Nesse sentido, é fundamental que os líderes empresariais não apenas sejam hábeis em identificar oportunidades de mercado, mas também em construir estruturas internas que suportem esse crescimento de maneira sustentável.
Um dos principais desafios para empresas em crescimento rápido é manter a coesão e a eficiência à medida que expandem suas operações. Isso envolve não apenas a implementação de processos eficazes, mas também a criação de uma estrutura organizacional que promova o controle, a colaboração e a execução de estratégias e projetos de melhoria. Afinal, a verdadeira maturidade na gestão não se mede apenas pelos resultados financeiros, mas pela capacidade de adaptar-se às mudanças do ambiente externo e interno, preservando ao mesmo tempo os valores e a identidade da empresa.
Temos que ter consciência que o crescimento da empresa exige fortemente uma evolução da maturidade da gestão. Os líderes e empresários precisam estar cientes dessa necessidade. As consequências do crescimento sem a elevação da maturidade da gestão podem comprometer a sustentabilidade da organização.
Números isolados não sustentam resultado — Todos sabemos que o planejamento estratégico desempenha um papel crucial, é ele quem determina a direção e a adaptabilidade em um ambiente dinâmico. Mas ele não pode existir por si só, precisa ser revisto e atualizado constantemente para ajustar estratégias às mudanças de mercado. Em um momento de crescimento acelerado, é muito comum que as empresas deixem de lado projetos de melhoria, processos e metodologias.
Empresas com maturidade em gestão utilizam indicadores e análise de dados para embasar decisões em dados concretos, não em percepções subjetivas. Saber como interpretar, acompanhar e analisar regularmente esses dados é essencial para o sucesso a longo prazo. Junto com os dados vêm os processos bem definidos e documentados, que aumentam a previsibilidade e a eficiência operacional.
Ferramentas são aliadas — Para empresas em busca da maturidade na gestão, ferramentas e metodologias se revelam indispensáveis. Se faz necessário implementar sistemas que permitam monitorar e avaliar regularmente o desempenho organizacional. Isso inclui a definição clara de indicadores-chave de desempenho que estejam alinhados com os objetivos estratégicos da empresa.
Já em segundo lugar está a definição de um ambiente de negócios cada vez mais regulamentado – se faz crucial desenvolver e implementar políticas robustas de gestão de riscos e compliance. Isso não apenas protege a empresa contra possíveis vulnerabilidades legais e financeiras, mas também fortalece sua reputação no mercado.
Em seguida, estabelecer uma metodologia de gestão e conexão do Planejamento Estratégico com o operacional, por meio da definição dos projetos de melhoria, responsáveis, prazos e como será acompanhado. Essa organização e rotina permitem que os projetos estratégicos não sejam deixados de lado. Investir no desenvolvimento de habilidades de liderança e no crescimento profissional dos colaboradores, também fazem parte dessa etapa.
Assim como um fruto passa por vários estágios até ficar maduro, as empresas também evoluem até alcançar um alto nível de maturidade em gestão. Isso implica em processos estruturados, uso de análises sofisticadas e uma mentalidade centrada em resultados e métodos. É um processo contínuo de aprimoramento. Com o tempo, as empresas desenvolvem uma capacidade intrínseca de se adaptar e evoluir, sustentando um crescimento consistente e sustentável. É responsabilidade do Líder da organização colocar isso em pauta e garantir a sua importância e implementação.
• Por: Caio Passos Moraes Navarro, sócio da Hand, assessoria especializada em gestão de empresas, fusões e aquisições.