Como imaginar uma mudança significativa na vida das pessoas, das empresas e de um Estado Federativo inteiro em poucas horas ou fração de dias. Como prever que um acontecimento desastroso de grandes proporções, decorrente de fenômenos naturais, possa mudar substancialmente a rotina das pessoas em um intervalo tão pequeno de tempo.
Essa é a realidade do Rio Grande do Sul, onde toda a população foi atingida. Esse é o triste cenário de Porto Alegre e Região Metropolitana, que estão submersas, impondo assim a suspensão de toda atividade sócio comercial. Essa é a realidade de outras regiões atingidas, que as impõe isolamento face a destruição das vias rodoviárias que as interligam.
Esse cenário que se repete em menos de sete meses no Rio Grande do Sul, com danos ainda maiores, tem revelado o melhor das pessoas e o senso humanitário que as move. O sentimento de solidariedade e humanidade tem transformado anônimos em heróis, que levam esperança salvando vidas em situações de extremo risco. Revela que a união de pessoas diferentes gera uma corrente de transformações que motivam ações concretas de auxílio a quem está em situação de fragilidade.
Associações, sindicatos e Ongs mobilizaram suas bases para angariar recursos, mantimentos e materiais necessários para garantir o mínimo de dignidade àqueles que perderam tudo. São essas mesmas estruturas institucionais que se organizaram voluntariamente com homens e mulheres motivados pelo senso humanitário, montando uma rede de recepção e logística de distribuição das milhares de contribuições que chegam ao Rio Grande Sul.
Esse trabalho soma-se ao esforço dispendido pelos agentes públicos, que além de estruturar e executar ações encadeadas ao enfrentamento do caos social que se estabeleceu no estado, trabalha na definição de diretrizes e ações para obtenção de recursos e apoios necessários ao enfrentamento da crise que atinge pessoas, negócios, empregos e logística de escoamento rodoviário. Um drama gigante que exige muito de muitos.
E, nesse momento de incerteza, a única certeza factível é que os efeitos desta tragédia viverão presente em nossas mentes e corações por muito tempo.
. Por: Marcio Aguilar, presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Comercial – Factoring do Rio Grande do Sul (Sinfac-RS)