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28/06/2024

Brasil tem 480 milhões de dispositivos digitais, em uso, 2,2 por habitante, diz FGV

Segundo o FGVcia, o número em uso corporativo ou doméstico é composto por computador, notebook, tablet e smartphone. Em maio deste ano, foram contabilizados 2,2 dispositivos digitais por pessoa.

O Brasil tem 480 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil (corporativo e doméstico), ou seja, em maio deste ano, foram contabilizados 2,2 dispositivos digitais por habitante, de acordo com a 35ª edição da Pesquisa Anual do FGVcia sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, divulgada no dia 26 de junho (quarta-feira), pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcia).

O estudo revela ainda que há 1,2 smartphone por habitante, totalizando 258 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil. Adicionando os notebooks e os tablets, são 384 milhões de dispositivos portáteis, ou 1,8 por habitante. No país, são três celulares vendidos para um aparelho de TV.

Em relação a computadores, o Brasil possui 222 milhões (desktop, notebook e tablet) em uso, atingindo 1 computador por habitante (102% per capita). As vendas em 2023 caíram 3%, com 12 milhões de unidades. Apesar do cenário nebuloso, estima-se em 2024 venda total estável, mas com um crescimento na proporção de notebooks.

Pela primeira vez, a pesquisa constatou que o ChatGPT, da OpenAI, o Google Gemini e o Microsoft Copilot, são nessa ordem, os mais utilizados, para: Chatbot, Machine Learning e Reconhecimento Biométrico (Digital, Facial e Palmar, entre outros).

De acordo com o coordenador da pesquisa do FGVcia, professor Fernando Meirelles: —Cresceu o domínio do smartphone em aplicações e classes de usuários—.

—Os principais projetos da TI são: Inteligência Artificial integrada com Inteligência Analítica (Analytics), Transformação Digital e implementação do “novo” ERP, com foco no Alinhamento Estratégico—.

—Os Gastos e Investimentos em TI, continuam crescendo em valor, maturidade e importância nos negócios—.

—Nos Bancos, os Gastos e Investimento em TI devem atingir cerca de 56 bilhões de reais em 2025/226—.

Esse índice é o gasto total destinado a TI, a soma de todos os investimentos, despesas e verbas alocadas em TI, incluindo: equipamento, instalações, suprimentos e materiais de consumo, software, serviços, comunicações e custo direto e indireto com pessoal próprio e de terceiros em TI, dividido pela receita da empresa.

Pode-se comprovar que, quanto mais informatizada a empresa, maior é o valor desse índice. Nos últimos 36 anos, ele cresceu 6% ao ano, passando de 1,3% em 1988 para 9,4% em 2023/24. Mesmo assim, existe muito espaço para crescer e chegar aos níveis dos países mais desenvolvidos. A tendência é de atingir 11% nos próximos dois a três anos.

Outro indicador, entre os mais de 50 analisados na pesquisa, é o CAPU – Custo Anual de TI por Usuário – de R$ 56 mil. Esse valor refere-se aos gastos e investimentos em TI das empresas pesquisadas no ano passado, dividido pelo número de usuários da empresa.

Vale ressaltar que seu comportamento não tem economia de escala, cresce com o tamanho da empresa e varia conforme o ramo. Nas empresas prestadoras de serviços, a média é R$ 66 mil; na indústria, R$ 49 mil; no comércio, R$ 35 mil; e nos bancos, R$ 150 mil.

Participação no mercado dos principais fabricantes— A pesquisa também levanta a participação no mercado dos fabricantes de 30 categorias de software. A Microsoft continua dominando várias categorias no usuário final, algumas perto de 90% do uso. Os fabricantes que mais cresceram sua participação foram: Google e Qlik. Já para videoconferência, o Microsoft Teams cresceu para 44%, passando o Zoom, que ficou com 33%.

Os Sistemas Integrados de Gestão (ERP) da Totvs e da SAP têm 34% do mercado cada; Oracle, 12%; e outros, 20%. A Totvs lidera nas menores e a SAP, nas maiores empresas, com 50%. As novas tecnologias provocam a necessidade de integrar cada vez mais o físico com o digital e demandam a implementação de novos processos integrados internamente, externamente e com o ecossistema da empresa. O “novo” ERP continua a ser o coração da transformação digital.

Os programas de Inteligência Analítica (BI – Business Intelligence and Analytics) continuam sendo uma categoria de destaque, e entre as mais lucrativas para os fabricantes. SAP, com 24%, Oracle, Totvs, Microsoft, Qlik, com 16% cada, e IBM, com 9%, são líderes desse segmento, com 96% do mercado. Apesar de todo esse arsenal de ferramentas modernas, 90% do uso de Inteligência Analítica no departamento financeiro das empresas é Excel. Já a nuvem responde, em média, por 45% do processamento nas empresas.

Gastos e investimentos em TI em bancos, hospitais privados e em agronegócios — O estudo é aprofundado em três ramos da economia: bancos, hospitais privados e agronegócios.

Na última década, os gastos e investimentos em TI nos bancos dobraram. A expectativa é que esse crescimento continue e chegue a, aproximadamente, R$ 56 bilhões até 2026.

O estudo constatou ainda que o volume de transações por meios virtuais com origem no celular (Mobile Banking) e Internet tendem a 90% das transações (90% por smartphone). Nos hospitais privados, temos o CAPL – Custo Anual de TI por Leito de R$ 180 mil, e no setor de agronegócios mostramos um comportamento parecido com a média da indústria.

Metodologia — O FGVcia divulga anualmente, desde 1988, um amplo retrato do mercado de Tecnologia de Informação (TI), com resultados de estudos e pesquisas do uso de TI nas empresas. Nesta edição, houve a participação de 2.664 médias e grandes empresas.

Os resultados divulgados comprovam o processo de transformação digital das empresas e da sociedade. Vale ressaltar que o FGVcia é considerado um centro de referência na área e traz em suas pesquisas números inéditos e interessantes, retratando o cenário atual e as tendências desse ambiente, sendo uma valiosa contribuição para os meios empresariais e acadêmicos.