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12/06/2024

Exportação de café do Brasil registra 4,4 milhões/scs e receita de US$ 1,017 bi em maio

Desempenho que apontam para recorde na safra 2023/2024, diz Cecafé.

País embarcou 43,7 milhões de sacas de julho de 2023 ao fim de maio deste ano; há um mês do fechamento do ciclo, exportação está a dois milhões de sacas de superar o volume histórico alcançado em 2020/2021 (de julho a junho).

De acordo com os dados do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divlgados no dia 11 de junho (terça-feira), o país remeteu 4,397 milhões de sacas de 60 quilos do produto ao exterior em maio de 2024, recorde para o mês, obtendo a maior receita cambial já registrada em qualquer mês da história, de US$ 1,017 bilhão. O desempenho representa substancial crescimento de 79,6% em volume e de 85,9% na geração de divisas na comparação com o mesmo mês do ano passado.

—Com essa performance, o Brasil chega a 43,707 milhões de sacas remetidas ao exterior nos 11 meses do ano safra 2023/2024 e caminha para a quebra do recorde das exportações neste ciclo, uma vez que os embarques atuais se encontram 2 milhões de sacas abaixo do maior volume histórico até então, obtido na temporada 2020/2021, quando o país comercializou 45,7 milhões de sacas. Esse novo volume máximo é bem plausível de ser alcançado, já que, desde outubro do ano passado, temos embarcado uma média superior a 4 milhões de sacas ao mês — projeta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.

Ano civil — No acumulado de janeiro ao final de maio de 2024, as exportações brasileiras de café totalizam 20,690 milhões de sacas, montante também recorde para o período e que representa crescimento de 52,1% em relação ao aferido nos cinco primeiros meses do ano passado. Em receita, o desempenho também é o maior da história no intervalo, com o ingresso avançando 50,8%, ao saltar de US$ 2,965 bilhões, no primeiro quinquemestre de 2023, para os atuais US$ 4,473 bilhões.

Tanto em maio, quanto nos acumulados deste ano e da safra 2023/2024, o comportamento dos embarques reflete a excelente performance dos cafés canéforas (conilon + robusta), conforme o presidente do Cecafé. No mês passado, foram exportadas 868.270 sacas dessa espécie, o que elevou o volume para 7,412 milhões nos 11 meses do ciclo cafeeiro atual e para 3,442 milhões no agregado deste ano, gerando crescimentos de 559,3%, 499% e 553,8%, respectivamente. —Falamos de recordes em todos esses cenários —destaca Ferreira.

Tipos de café — De janeiro ao fim de maio, o café arábica, com 15,654 milhões de sacas, segue como o mais exportado pelo Brasil. Esse montante representa 75,7% do total e implica alta de 36,3% na comparação com o primeiro quinquemestre do ano passado. A espécie canéfora, com o desempenho supracitado, vem na sequência, respondendo por 16,6% do geral.

O segmento do café solúvel, com 1,580 milhão de sacas — avanço de 0,7% e 7,6% do total —, e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 13.738 sacas (-28,9% e 0,1% de representatividade), completam a lista.

—A performance histórica dos conilons e robustas brasileiros em março e abril voltou a ser observada em maio e possibilitou a quebra do recorde nas exportações dos cafés verdes, tudo isso em pleno auge da entressafra brasileira. Ou seja, colhemos, literalmente, os frutos de décadas de investimentos em pesquisa e tecnologia, que, além de colocar a qualidade e a sustentabilidade dos cafés brasileiros na primeira prateleira do mercado mundial, possibilita que tenhamos oferta suficiente para atender à crescente demanda global —comenta o presidente do Cecafé.

De acordo com ele, o cenário internacional do mercado também favorece a maior ocupação de espaços pelos cafés do Brasil. —As incertezas sobre as colheitas de importantes produtores mundiais e a consequente restrição de oferta, como de Vietnã e Indonésia, abrem portas para que nossos cafés, em especial os canéforas, ampliem seu market share e consolidem o país como o principal player global, com oferta de qualidade em quantidade —completa.

Principais destinos — Os dez principais compradores dos cafés do Brasil elevaram suas aquisições nos primeiros cinco meses deste ano. Os Estados Unidos encabeçam o ranking, importando 3,471 milhões de sacas, ou 37,6% a mais frente ao primeiro quinquemestre de 2023, o que equivale a 16,8% das exportações totais.

A Alemanha, com representatividade de 14,3%, adquiriu 2,957 milhões de sacas (+75,1%) e ocupa o segundo lugar na tabela. Na sequência, vêm Bélgica, com a compra de 2,111 milhões de sacas (+232,2%); Itália, com 1,668 milhão de sacas (+50,3%); e Japão, com 979.869 sacas (+18,1%).

Até o décimo lugar, destacam-se, ainda, os desempenhos de Reino Unido, sétima posição no ranking com a importação de 665.254 sacas, volume que implica crescimento de 111,1% em relação ao intervalo de janeiro a maio de 2023; e do também produtor de café México, décimo colocado, que ampliou em significativos 703,4% a compra do produto brasileiro ao adquirir 465.809 sacas nos cinco primeiros meses de 2024.

Por blocos econômicos, é válido salientar o crescimento dos embarques do café brasileiro à União Europeia, diante da aproximação da vigência do Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), a partir de 1º de janeiro de 2025. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 9,907 milhões de sacas a esse destino, ou 71,9% a mais na comparação com idêntico intervalo de 2023.

Destacam-se, ainda, as evoluções de 81,1% dos embarques para os demais países do BRICS (973.555 sacas); de 62,6% às nações que compõem o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) (2,577 milhões de sacas); de 62,5% aos Países Árabes (830.217 sacas); e de 58,6% ao Leste Europeu (622.435 sacas).

Cafés diferenciados — Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis respondem por 19,3% das exportações totais brasileiras do produto de janeiro a maio de 2024, com a remessa de 3,992 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa aumento de 66,4% frente ao registrado nos cinco primeiros meses de 2023.

O preço médio do produto foi de US$ 239,65 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 956,6 milhões, o que corresponde a 21,4% do obtido com os embarques totais de café no quinquemestre. No comparativo anual, o valor é 61,1% superior ao registrado nos mesmos cinco meses do ano passado.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados, entre janeiro e maio de 2024, os EUA seguem no primeiro lugar, com a compra de 1,007 milhão de sacas, o equivalente a 25,2% do total desse tipo de produto exportado.

Fechando o top 5, aparecem Alemanha, com 709.464 sacas e representatividade de 17,8%; Bélgica, com 483.640 sacas (12,1%); Holanda (Países Baixos), com 279.800 sacas (7%); e Reino Unido, com 163.531 sacas (4,1%).

Portos — O Porto de Santos permanece como o principal exportador dos cafés do Brasil no primeiro quinquemestre de 2024, com o embarque de 14,366 milhões de sacas, o que representa 69,4% do total. Na sequência, aparecem o complexo marítimo do Rio de Janeiro, que responde por 27,5% das exportações ao remeter 5,683 milhões de sacas ao exterior, e o Porto de Paranaguá (PR), com o embarque de 169.536 sacas e representatividade de 0,8%.

O Cecafé — Fundado em 1999, o Cecafé representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café nos âmbitos nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade socioambiental. Atualmente, possui 120 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 96% dos agentes desse mercado no país.