Efeito Rio Grande do Sul afeta produção em maio. Porém, média diária de vendas e nível de emprego animam o setor.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os resultados do mês de maio, na manhã do dia 07 de junho (sexta-feira), ocasião, em que informou que o ritmo de crescimento da produção foi interrompido em maio pelos reflexos dos alagamentos no Rio Grande do Sul. Fábricas pararam ou tiveram seu ritmo reduzido não só naquele estado, mas também em outras regiões do país, dada a importância estratégica de vários fornecedores gaúchos.
De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de autoveículos em maio fechou em 166,7 mil unidades, queda de 24,9% na comparação com abril. Greves de algumas fábricas e a operação-padrão de funcionários do Ibama e do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), responsáveis por liberações ambientais de veículos e contêineres de componentes, também tiveram efeito negativo sobre a produção.
A produção de pesados, ao contrário da de veículos leves, trouxe boas notícias em maio. A de caminhões superou a marca de 50 mil unidades no ano, com elevação de 30% sobre os primeiros cinco meses de 2023. Já os mais de 12 mil ônibus produzidos no período representam o melhor resultado acumulado para o segmento desde 2015.
Embora os números absolutos de emplacamentos tenham apresentado retração em relação a abril, este foi o melhor maio em média diária de vendas desde 2019, com 9.250 unidades emplacadas por dia. Isso apesar da queda de 64% no Rio Grande do Sul, que representa 5% do mercado nacional, e do feriado prolongado nos últimos dias do mês. As vendas totais foram de 194,3 mil unidades, 12% a menos que o ótimo abril, mas 10% a mais que maio de 2023. No acumulado do ano, já são 930 mil unidades emplacadas, 15% a mais que nos primeiros cinco meses de 2023.
Outra boa notícia para o setor em maio foi o nível de empregos diretos nas fábricas de autoveículos. Em maio, o número de vagas diretas chegou a 103.299, um crescimento de 1,3 mil empregos em relação a abril e de 3,1 mil sobre maio de 2023. —Esse é o melhor nível desde novembro de 2022, indicando os primeiros reflexos positivos dos investimentos anunciados pelos fabricantes desde o ano passado — comemorou o presidente Márcio de Lima Leite, destacando o poder de geração de empregos indiretos na cadeia automotiva, da ordem de dez para cada vaga direta.
Balança comercial — O crescimento das importações continua sendo um ponto de atenção para o setor automotivo brasileiro. O volume de emplacamentos de autoveículos vindos de outros países já chegou a 160 mil unidades de janeiro a maio, 44 mil a mais do que no mesmo período de 2023, uma alta de 38%. Os modelos elétricos e híbridos de origem chinesa, ainda usufruindo de um Imposto de Importação abaixo da média de outros veículos, representaram 82% desse crescimento das importações no ano. No sentido contrário, as exportações continuam muito abaixo das expectativas. O desaquecimento dos mercados da América do Sul persiste, bem como o crescimento da presença de produtos asiáticos nesses países. Em maio, foram embarcadas apenas 136,3 mil unidades. No acumulado de janeiro a maio, as 193,8 mil unidades exportadas representaram recuo de 29,7% sobre igual período do ano passado.