Uma publicação realizada pela KPMG apontou como o setor de seguros está integrando os aspectos ambientais, sociais e de governança nos negócios. Dividido em cinco capítulos, o levantamento intitulado “ESG em seguros: estratégia e transformação” traz também informações sobre quais práticas podem aprimorar essa jornada, como identificar novas oportunidades de promover impactos positivos, cinco passos para a implementação dessas estratégias nas organizações e por que tais fatores são estrategicamente importantes para essa indústria.
—Os aspectos ESG podem representar oportunidades de longo prazo para toda a cadeia de valor do mercado de seguros, com iniciativas governamentais, compromissos setoriais e investimentos substanciais em energia renovável. Há benefícios consideráveis para as organizações que enfrentam desafios complexos e integram esses tópicos às estratégias para trilhar o caminho para o sucesso —analisa o sócio-líder de serviços atuariais da KPMG no Brasil, Joel Garcia.
Segundo o relatório, a integração dos aspectos ESG pelas seguradoras acontece a partir de duas abordagens. A primeira visa aprimorar a forma como essas organizações conduzem os próprios negócios, destacando-se as seguintes ações:
Governança — Implementação de mecanismos para medir e revisar o progresso em relação aos objetivos e investimentos ESG, além da criação de grupos de trabalho para garantir que essas premissas sejam incorporadas em toda a organização.
Net Zero (carbono zero) —Estabelecimento de metas ambiciosas e mensuráveis, com compromisso de reduzir as emissões de carbono, para gerenciar riscos futuros, reduzir custos e aumentar a eficiência.
Força de trabalho do futuro — Uso de dados e modelagem para criar um ambiente de trabalho mais justo e equitativo.
Já a segunda perspectiva está baseada na capacidade e experiência em ESG das seguradoras que podem apoiar os clientes e demais partes interessadas nas próprias jornadas ESG. Nesse caso, as atividades prioritárias são as seguintes:
Inovação em produtos — Uso de tecnologia e gamificação baseado em programas de rastreamento que podem, por exemplo, recompensar os segurados por registrarem atividades saudáveis.
Maior consciência dos riscos — Incorporação de fatores ESG em modelos existentes para apoiar os clientes a entenderem melhor os fatores de risco.
Incentivo às empresas do portfólio — Uso do poder de investimento e percepções ESG para encorajar a descarbonização nessas organizações.
—Os aspectos ESG estão presentes em todos os processos do mercado segurador, desde a subscrição de riscos até a relação com o cliente final. A regulação sobre o tema vem ganhando força, com destaque para a circular nº 666, publicada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), em 2022. O setor pode, a partir da consideração do tema sob a perspectiva de riscos, realizar cálculos mais assertivos dos prêmios se aproveitar o conhecimento adquirido sobre prevenção de acidentes e sinistros para pensar os riscos de sustentabilidade— finaliza a sócia de ESG para serviços financeiros da KPMG no Brasil, Maria Eugênia Buosi.