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28/05/2024

Abit: Dia da Indústria reforça prioridades de reduzir Custo Brasil

E retomar competitividade.

— Deve-se celebrar com ênfase o Dia da Indústria, 25 de maio, porque o Brasil, ao longo de sua história, principalmente a partir da década de 50, construiu um parque fabril amplo e diversificado, que deu suporte a um aumento acelerado do PIB até os anos 80. Porém, a partir da chamada “década perdida”, o País sofreu aguda eclosão inflacionária, com recessão. Em 1994, o Plano Real foi uma obra-prima em termos de controle inflacionário, mas incompleta, pois não proporcionou vigoroso crescimento sustentado e sustentável. Cabe ressalvar as sucessivas crises globais que afetaram a economia nacional.

É preocupante constatar que, nos últimos 30 anos, o Brasil vem perdendo posições no contexto mundial da indústria, que, no plano interno, também reduziu sua participação no PIB. O problema é grave, pois está mais do que provado que, sem manufatura forte, inovadora, geradora de empregos de qualidade e criadora de externalidades profundas em toda a economia, não há desenvolvimento pleno, que não pode ser provido apenas pelos serviços, agronegócio e comércio, por mais eficientes que sejam.

O País precisa crescer pelo menos entre 3% e 4% ao ano, o mínimo para que a renda média da população seja equivalente à existente hoje em Portugal. No âmbito desse objetivo, a Abit apoia a Nova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo governo. Entretanto, todo plano precisa de uma execução eficaz. Por isso, a entidade está alinhada com a CNI e outras instituições, buscando contribuir para o êxito do programa.

Para o Brasil crescer de modo mais substantivo é premente aumentar muito a taxa de investimentos, atualmente em torno de 16% do PIB, ante o mínimo razoável de 25%. Para que isso seja viável, é preciso ter confiança no futuro, de que as reformas necessárias continuarão sendo feitas e de que não teremos um desequilíbrio das contas públicas que leve a uma crise fiscal.

A Abit, que representa um dos setores mais importantes da economia brasileira e um dos maiores parques empresariais do gênero em todo o mundo, está confiante de que, se forem adotadas as medidas corretas, a indústria nacional poderá retomar sua trajetória de crescimento, inovação e geração de investimentos e empregos de qualidade. Para isso, será impreterível atacar frontalmente o “Custo Brasil” e a perda de competitividade sistêmica do País.

Também não se pode permitir que medidas como a isenção do Imposto de Importação para compras de até 50 dólares nas plataformas internacionais de e-commerce, adotada a partir de agosto de 2023, minem a credibilidade de que se pode confiar no advento de um ciclo duradouro de robusto crescimento. Cabe oferecer condições de isonomia tributária e concorrenciais à indústria, para que ela possa alavancar a expansão econômica. São necessárias visão de futuro e segurança jurídica. O setor, como sempre fez, responderá de modo muito rápido à melhoria do ambiente de negócios — conclui, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).