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21/05/2024

Catástrofe do RS exige união de esforços e não combate a Fake News

A catástrofe do Rio Grande Sul tem comovido o país inteiro. Pessoas de diversos estados da Federação têm se mobilizado para ajudar os compatriotas sulistas, seja através de doações de alimentos, seja através de doações pecuniárias, evidenciando o espírito de solidariedade dos brasileiros.

As fortes chuvas causaram inundações em mais de trezentas cidades daquele Estado, provocando mortes de mais de 150 pessoas, diversos animais e diversas cidades, literalmente, debaixo d’água. O número de desabrigados superou 80.000 (oitenta mil pessoas).

Segundo publicado na revista Exame, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul classificou, pasmem, que 46 (quarenta e seis) municípios se encontram em estado de calamidade pública e 320 (trezentos e vinte) em situação de emergência.

Além das pessoas anônimas que estão efetivamente ajudando no resgate de seres humanos, animais, e contribuindo com doações de alimentos, vestuário e promovendo vaquinhas, vários famosos têm se mobilizado, ajudando, inclusive, presencialmente no resgate de pessoas, a exemplo dos surfistas Pedro Scooby e Lucas Chumbos.

A família Ling se comprometeu a doar R$50 milhões para obras emergenciais e de infraestrutura. Além deste valor, o Reconstrói RS (lançado pelos Ling) já atraiu outros R$ 20 milhões de empresários como Salim Mattar, Jayme Garfinkel, Cristiano Franco, Paulo Sérgio Galvão Filho e a família Pratini de Moraes, além das Lojas Renner, do Banco Master e do BTG Pactual. [https://shre.ink/82sL].

O Governo Federal tem feito a sua parte, o que, certamente, constitui sua obrigação. Porém, causa estranheza e até mesmo perplexidade a conduta do Governo, quando os esforços deveriam estar concentrados na reconstrução daquele Estado da Federação e no salvamento de pessoas e demais seres vivos, de procurar culpados pelas desinformações e dizer que a Fake News estaria atrapalhando operações de resgates no Estado.

Segundo Nota publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança: “O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pediu à Polícia Federal (PF) a abertura de investigações sobre a divulgação de conteúdos falsos a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul. Os conteúdos falsos (fake news) têm atrapalhado as operações de resgate no estado montadas pelos governos federal, estadual e municipais.”

Consta, na mesma nota, que “Os conteúdos afirmam, por exemplo, que o Governo Federal não estaria ajudando a população, que a Força Aérea Brasileira (FAB) não teria agilidade e que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estariam impedindo a chegada dos caminhões de auxílio. Há, ainda, a preocupação do impacto causado por esse tipo de narrativa na credibilidade de instituições como o Exército, FAB, PRF e ministérios, que são cruciais na resposta a emergências. E a certeza de que a propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população na capacidade de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos.”

Apesar de ser absolutamente contrário a disseminação de notícias falsas, não é uma Fake News que abala a credibilidade das Forças Armadas ou do Governo, o que pode vir a abalar é a inércia ou a demora em tomar medidas efetivas em situação de calamidade (não estou afirmando que tenha ocorrido). O que pode trazer repulsa à opinião pública, por exemplo, é a Primeira Dama ter assistido ao show da Madonna em meio à calamidade do RS.

Além do mais, Fake News de redes sociais se combate com verdades, principalmente podendo o Governo, em horário nobre de televisão, dar satisfação às pessoas das medidas e providências tomadas para minimizar o sofrimento dos concidadãos do RS.

O momento exige a união de todos os esforços em prol dos compatriotas sulistas e não ficar mandando investigar Fake News, que podem ser combatidas com trabalho, informação e verdade.

Tenho dito!!!

. Por: Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.