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12/05/2024

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos sobre IPCA

— A recente divulgação do IPCA, que apresentou uma desaceleração nos preços de serviços e um índice subjacente em queda, sugere uma inflação em trajetória de aproximação à meta estabelecida. Este cenário pode influenciar as futuras decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, especialmente entre os membros que defendem uma redução mais acentuada da taxa Selic. A discrepância entre a inflação esperada pelo mercado e a inflação real, embora leve, não parece comprometer a tendência de convergência para a meta. Ademais, o comportamento dos preços no varejo e a alta no preço da gasolina, apesar dos esforços da Petrobras em conter repasses, refletem desafios similares enfrentados globalmente. A qualidade do IPCA e sua influência nas próximas votações do Copom são de particular interesse, considerando que a taxa Selic atual reflete um equilíbrio entre o estímulo econômico e o controle inflacionário. A decisão recente de reduzir a Selic em 0,25 pontos percentuais indica uma postura cautelosa do Banco Central, que pode persistir na próxima reunião, a depender dos indicadores econômicos e da posição de membros influentes como Roberto Campos Neto. A expectativa é que o Copom continue a navegar entre a pressão por taxas de juros menores e a necessidade de manter a inflação sob controle, especialmente se novos dados do IBGE adicionarem complexidade ao debate—vê o analista.