Recuo de 42% ante o prejuízo líquido de R$ 823 milhões reportado em igual período do ano passado. Destaque para a CSN Mineração que registrou lucro líquido de R$ 557,938 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 8,17% ante o lucro líquido de R$ 515,798 milhões comparado a igual período em 2023.
Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2024 no dia 10 de maio (sexta-feira). Os dados são a receita líquida totalizou R$ 9.713 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma redução de 19% quando comparado com o quarto trimestre de 2023, como consequência da combinação da sazonalidade do período que acarreta menores volumes comercializados, especialmente no segmento de mineração, com menores preços praticados tanto na siderurgia, mas principalmente no minério de ferro, com o forte declínio observado no índice de referência.
Por outro lado, o segmento de logística apresentou forte dinamismo neste trimestre, superando as dificuldades operacionais observadas no mesmo período de 2023 e ajudando a compensar parcialmente o desempenho mais fraco dos demais segmentos.
O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) totalizou R$ 7.522 milhões no primeiro trimestre de 2024 e foi 10% menor do que no trimestre anterior, reflexo da atividade comercial mais fraca do período.
O lucro bruto no primeiro trimestre de 2024 caiu 40% e foi impactado pelo desempenho operacional mais fraco registrado no período. Este efeito também se refletiu na margem bruta que atingiu 22,6% e foi 8,0 p.p. abaixo da observada no trimestre anterior.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizaçã)o no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 1.966 milhões, com uma margem Ebitda ajustada de 19,3% ou 9,8 p.p. abaixo da registrada no trimestre passado. —Esse desempenho reflete não apenas os efeitos de um período sazonalmente mais fraco, mas principalmente os impactos da forte desvalorização verificada no preço do minério e o ambiente competitivo ainda bastante difícil no segmento siderúrgico, com preços comprimidos e pressão de material importado. Por outro lado, já é possível verificar uma dinâmica mais positiva para os próximos resultados, com aceleração de demanda e uma recuperação de preço, especialmente no segmento de mineração— avalia a companhia.
As despesas com vendas gerais e administrativas totalizaram R$ 1.405 milhões no período e foram 15,9% superiores ao registrado no trimestre anterior.
O grupo de outras receitas e despesas operacionais foi negativo em R$ 296 milhões no primeiro trimestre de 2024, o que representa uma redução de 59% na comparação com o quarto trimestre de 2023, explicado pelo efeito positivo das operações de hedge de minério de ferro, que geraram um ganho de R$ 6 milhões no período ante a perda de R$ 481 milhões verificada no quarto trimestre de 2023.
No primeiro trimestre de 2024, o resultado financeiro foi negativo em R$ 1.125 milhões, o que representa aumento de 104% em relação ao quarto trimestre de 2023 como consequência do aumento do custo da dívida em dólar, além do menor impacto verificado nas ações da Usiminas.
A CSN Mineração registrou lucro líquido de R$ 557,938 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 8,17% ante o lucro líquido de R$ 515,798 milhões comparado ao mesmo período em 2023.
O conselho de administração da CSN Mineração (CMIN3) aprovou a distribuição de dividendos intermediários à conta de reserva de lucros, no montante de R$ 1,02 bilhão, correspondendo ao valor de R$ 0,186869166032 por ação. A companhia também anunciou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), no valor de R$ 435,2 milhões, o equivalente a R$ 0,0793471935161 por ação.
Segundo a CSN Mineração (CMIN3), farão jus ao recebimento desses dividendos e juros sobre capital próprio os acionistas inscritos na instituição depositária (Bradesco) em 14 de maio de 2024. Ou seja, a partir do dia 15 de maio de 2024, as ações passarão a ser negociadas ex-dividendos e ex-JCP. O pagamento dos dividendos e JCP da CSN Mineração se dará até 28 de maio de 2024.
— A CSN (CSNA3) vai conseguir desalavancagem “custe o que custar — disse o presidente Benjamin Steinbruch, durante teleconferência de resultados do rimeiro trimestre de 2024.
Steinbruch critica governo e prevê importação forte de aço em maio e junho. Companhia diz que medidas não foram suficientes para conter produto chinês; Benjamim Steinbruch chama governo de ‘lerdo’.
bateu pesado nas medidas anunciadas em abril pelo governo para conter a importação de aço. Segundo a companhia, ela continua sendo um estímulo para os chineses inundarem o mercado brasileiro de produtos siderúrgicos, principalmente aqueles nos quais a CSN tem forte atuação, como aços revestidos.
—O mercado está bastante acirrado em função do importado. É uma pena que o governo brasileiro continue lento com relação à reação que deveríamos ter aos importados. E digo que não é só no setor siderúrgico. Temos que estar atentos sobre todos os segmentos que fazem a nossa economia. Não é uma coisa pontual, é uma coisa geral —disse Benjamin Steinbruch, presidente da CSN.
— O governo brasileiro tem a obrigação e de agir rápido no sentido de proteger sua indústria como um todo— comentou o executivo, afirmando que o problema não acontece só com o setor siderúrgico, mas em vários outros, como automobilístico e de peças. —Infelizmente, o governo brasileiro, apesar de estar mais atento, ainda está muito ‘lerdo’ no sentido de reagir e muito consciencioso com relação aquilo que tem que ser feito — afirmou.
Ele criticou as medidas recentes do governo para coibir a importação de aço que, segundo ele, em vez de impedir a chegada de produtos de fora ao Brasil, criou mais condições para entrada no país do produto siderúrgico do exterior a partir do cálculo feito para engatilhar a inibição das classes diversas do aço.