luciana-vidal

23/03/2024

Mulheres que ensinam liderança feminina na educação deve inspirar outros mercados

São grandes os desafios que a mulher enfrenta na sociedade, ainda assim ela vem ganhando espaço, notoriedade e revolucionando o mercado de trabalho. Prova disso são os percentuais, que apontam que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, de acordo com uma pesquisa da empresa de consultoria, Grant Thornton.

Como gestora na área de educação, me incluo nessa porcentagem, embora na educação o cenário seja um pouco mais favorável à mulher. Segundo relatório global de desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, em 2022 nesta área as mulheres ocuparam 46% de cargos de liderança.

Ainda temos muito a avançar na questão de igualdade de gêneros e equiparação salarial no Brasil e entendo que a minha missão, assim como a de muitas mulheres que ocupam cargos de lideranças nas escolas, é impactar e fomentar as gerações futuras a partir de projetos que geram conscientização e eduquem para a igualdade.

Não se trata apenas de entender que é preciso oferecer as mesmas oportunidades para as mulheres, mas sim de mudar a perspectiva e enxergar o potencial que temos em contribuir com pontos de vistas diferentes, soluções mais criativas e resultados mais ajustados aos novos desafios que surgem. Quanto mais diversa for uma equipe maiores as chances de chegar a soluções melhores e mais adequadas aos novos problemas que surgem e para os quais ainda não temos soluções prontas.

São muitos os desafios para a mulher, desde a dupla jornada se dividindo entre o trabalho e as tarefas de casa, até os cuidados de filhos e, por vezes, de pais que já demandam atenção especial. A porta de entrada nas empresas já é um momento de tensão porque a mulher pode ser vista como uma candidata menos favorável em função do seu momento de vida. Filhos pequenos ou decisão de engravidar, por exemplo, podem ser motivos para uma negativa para a vaga.

Entretanto, aos poucos estamos avançando tanto em representatividade, quanto em visibilidade dessas questões. Um exemplo disso foi o tema da redação do Enem de 2023 – ‘Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil’, que gerou muitas discussões em torno do tema e trouxe à luz pontos importantes sobre a realidade feminina e as diferenças de desafios enfrentados entre homens e mulheres no mercado de trabalho e na sociedade de forma geral.

Essa é uma luta de muitas gerações e ainda vamos continuar lutando até que consigamos alcançar a equanimidade. Vejo que temos um grande potencial para avançar nesse tema por meio da educação, por isso à frente de uma instituição de ensino busco trabalhar para minimizar a cada dia essa desigualdade pelo meio mais potente – educando novas gerações.

. Por: Luciana Vidal, diretora geral da rede de Ensino Pensi.