Em fevereiro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de —R$ 6.996,36 ou 4,95 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.412,00—.
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 14 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre janeiro e fevereiro de 2024, as elevações mais importantes ocorreram no Rio de Janeiro (5,18%), em São Paulo (1,89%) e Salvador (1,86%). Já as reduções foram observadas em três capitais: Florianópolis (-2,12%), Goiânia (-0,41%) e Brasília (-0,08%), dados divulgados no dia 07 de março (quinta-feira).
Segundo o Dieese, o Rio de Janeiro foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 832,80), seguida por São Paulo (R$ 808,38), Porto Alegre (R$ 796,81) e Florianópolis (R$ 783,36). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 534,40), Recife (R$ 559,68) e João Pessoa (R$ 564,50).
A comparação dos valores da cesta, entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, mostrou que 12 capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 0,32%, em Belém, e 11,64%, no Rio de Janeiro. As quedas mais importantes ocorreram em Recife (-7,79%) e Natal (-7,48%).
Nos dois primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 16 cidades, com destaque para as variações registradas no Rio de Janeiro (12,75%), em Belo Horizonte (10,84%), Salvador (7,75%) e Campo Grande (7,24%). A queda aconteceu em Fortaleza (-0,43%).
Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a do Rio de Janeiro, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em fevereiro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de —R$ 6.996,36 ou 4,95 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.412,00—. Em janeiro, o valor necessário era de R$ 6.723,41, e correspondeu a 4,76 vezes o piso mínimo. Em fevereiro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.547,58 ou 5,03 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.302,00.
Cesta x salário mínimo — Em fevereiro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 107 horas e 38 minutos, maior do que o de janeiro, de 106 horas e 30 minutos. Já em fevereiro de 2023, a jornada média ficou em 114 horas e 38 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em fevereiro de 2024, 52,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em janeiro, 52,33% da renda líquida. Em fevereiro de 2023, o percentual ficou em 56,33%.