No mês de janeiro deste ano, a produção industrial nacional recuou 1,6% frente a dezembro de 2023, na série com ajuste sazonal. Na comparação com janeiro de 2023, a indústria cresceu 3,6%, registrando o sexto resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação. A indústria brasileira ainda se encontra abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), na casa dos 0,8% e, 17,5% abaixo do recorde de 13 anos atrás.
O índice acumulado do ano cresceu 3,6% e o dos últimos 12 meses avançou 0,4%, intensificando o ritmo frente ao resultado registrado em dezembro de 2023 (0,2%), quando interrompeu o comportamento de estabilidade observado em novembro (0,0%), outubro (0,0%) e setembro (0,0%) de 2023, de acordo com dados da Pesquisa Industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 06 de março de 2024 (quarta-feira).
Com a queda de 1,6% em janeiro de 2024, frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o setor industrial eliminou parte da expansão de 2,9% acumulada no período agosto a dezembro de 2023. No resultado desse mês, duas das quatro grandes categorias econômicas e seis dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram redução na produção.
Indústria Extrativa, Produtos Alimentícios, Confecções e Acessórios, Produtos Têxteis em baixa — Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram das indústrias extrativas (-6,3%) e produtos alimentícios (-5,0%), com a primeira interrompendo dois meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou ganho de 6,7%; e a segunda eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período julho a dezembro de 2023. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%).
Produtos Químicos , Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos, Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias, Máquinas Equipamentos em alta — Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram expansão na produção, produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%) exerceram os principais impactos em janeiro de 2024, com a primeira eliminando o recuo de 6,2% registrado no mês anterior; a segunda acumulando expansão de 31,6% em dois meses consecutivos de crescimento na produção; a terceira intensificando o avanço verificado em dezembro último (2,8%); e a quarta eliminando a perda de 3,1% acumulada nos dois últimos meses de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens intermediários (-2,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,0%) assinalaram as taxas negativas nesse mês, com a primeira interrompendo quatro meses seguidos de avanço na produção, período em que acumulou expansão de 5,0%; e a segunda marcando o primeiro resultado negativo desde outubro de 2023 (-0,2%). Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (1,4%) e de bens de capital (5,2%) apontaram os resultados positivos em janeiro de 2024, com o primeiro registrando crescimento de 7,8% em dois meses consecutivos de avanço na produção; e o último eliminando a redução de 4,8% acumulada no período setembro-dezembro de 2023.
Média móvel trimestral varia 0,2% no trimestre encerrado em janeiro —Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação positiva de 0,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2024 frente ao nível do mês anterior, permanecendo com a trajetória predominantemente ascendente iniciada em fevereiro de 2023.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (1,5%) apontou o crescimento mais acentuado em janeiro de 2024 e intensificou o avanço registrado em dezembro último (0,4%). Os setores produtores de bens de capital (1,0%) e de bens intermediários (0,3%) também assinalaram resultados positivos em janeiro de 2024, com o primeiro interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 2,3%; e o segundo mantendo a trajetória ascendente iniciada em agosto de 2023. Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis, ao recuar 0,3%, mostrou o único resultado negativo nesse mês e permaneceu com a trajetória predominantemente descendente iniciada em setembro de 2023.
Frente a janeiro de 2023, a indústria avança 3,6% —Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou avanço de 3,6% em janeiro de 2024, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 25 ramos, 46 dos 80 grupos e 49,8% dos 789 produtos pesquisados. Vale citar que janeiro de 2024 (22 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (22).
Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,1%), indústrias extrativas (6,5%) e produtos alimentícios (3,8%), impulsionadas, principalmente, pela maior produção dos itens óleo diesel, gasolina automotiva, querosenes de aviação e óleos combustíveis, na primeira; minérios de ferro, óleos brutos de petróleo e minérios de cobre e seus concentrados (em bruto ou beneficiados), na segunda; e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, sucos concentrados de laranja, complementos alimentares e suplementos vitamínicos e minerais, óleo de soja refinado e em bruto, açúcar refinado de cana-de-açúcar e carnes e miudezas de aves congeladas, na terceira. Vale destacar também as contribuições positivas assinaladas pelos ramos de produtos químicos (5,2%), de bebidas (10,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,1%), de produtos de madeira (16,1%), de metalurgia (2,9%), de outros equipamentos de transporte (6,9%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (6,8%), de impressão e reprodução de gravações (14,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,1%).
Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2023, entre as oito atividades que apontaram redução na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,9%) exerceu a maior influência na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pela menor produção de medicamentos. Outros impactos negativos importantes foram assinalados por manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-7,9%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,6%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens intermediários (4,8%) assinalou, em janeiro de 2024, a expansão mais acentuada. Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (2,6%), de bens de consumo duráveis (1,4%) e de bens de capital (0,4%) registraram as demais taxas positivas nesse mês.
O setor produtor de bens de intermediários avançou 4,8% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior, sexta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação e a mais intensa desde junho de 2021 (10,9%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), de indústrias extrativas (6,5%), de produtos alimentícios (5,1%), de produtos químicos (4,1%), de metalurgia (2,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,9%), de máquinas e equipamentos (2,4%) e de celulose, papel e produtos de papel (0,9%), enquanto as pressões negativas foram registradas por produtos têxteis (-3,7%), produtos de metal (-1,4%), produtos de minerais não metálicos (-0,1%) e produtos de borracha e de material plástico (-0,1%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados positivos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (4,2%) e de embalagens (2,9%).
A produção de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 2,6% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior, após interromper em dezembro de 2023 (-0,3%) quatro meses consecutivos de taxas positivas nesse tipo de comparação. O desempenho positivo nesse mês foi explicado, principalmente, pelo avanço observado no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,2%), impulsionado, em grande parte, pela maior produção de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, refrigerantes, cervejas e chope, sucos concentrados de laranja, complementos alimentares e suplementos vitamínicos e minerais, óleo de soja refinado, açúcar refinado de cana-de-açúcar e carnes e miudezas de aves congeladas. Vale citar também os resultados positivos registrados pelos grupamentos de carburantes (6,3%), de semiduráveis (1,4%) e de alimentos e bebidas básicos para consumo doméstico (15,7%). Por outro lado, o grupamento de não duráveis (-5,5%) assinalou o único impacto negativo nesse mês, pressionado, em grande medida, pela menor produção de medicamentos.
O segmento de bens de consumo duráveis avançou 1,4% em janeiro de 2024, interrompendo, dessa forma, quatro meses consecutivos de queda na produção: dezembro (-0,9%), novembro (-8,6%), outubro (-3,0%) e setembro (-3,0%) de 2023. Nesse mês, o setor foi impulsionado, em grande medida, pela expansão observada nos grupamentos de eletrodomésticos da “linha marrom” (16,8%) e de outros eletrodomésticos (53,3%). Vale citar também a maior fabricação de eletrodomésticos da “linha branca” (2,1%) e de motocicletas (14,1%). Por outro lado, o impacto negativo mais importante veio da menor produção de automóveis (-11,1%).
O setor produtor de bens de capital mostrou variação positiva de 0,4% em janeiro de 2024 frente a igual período do ano anterior e interrompeu nove meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, principalmente, pelos avanços observados nos grupamentos de bens de capital de uso misto (30,9%), para equipamentos de transporte (3,0%) e para fins industriais (2,6%). Por outro lado, os principais impactos negativos foram registrados pelos grupamentos de bens de capital agrícolas (-14,7%), para energia elétrica (-10,4%) e para construção (-17,5%).