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08/02/2024

Como o fim dos cookies deve impactar o mercado varejista?

Visando melhorar a privacidade dos usuários, medida do Google faz empresas pensarem em novas estratégias para conseguirem clientes.

O início de 2024 está sendo marcado por uma mudança que deve impactar as estratégias de vendas online do mercado varejista. O Google iniciou em janeiro o processo de bloqueio do uso de cookies de terceiros em seu navegador, o Chrome, para alguns usuários. Entre suas diversas funcionalidades, os cookies são usados por sites para coletar dados dos usuários que servirão de base na hora de definir anúncios publicitários direcionados. Segundo especialistas da Infobip, plataforma global de comunicação em nuvem, sem essa ferramenta, as empresas precisam pensar em novas estratégias para analisar clientes.

A saída gradativa dos cookies de terceiros do cenário brasileiro já vinha sido discutida há alguns anos pensando na melhora da privacidade dos usuários. O Google, por exemplo, começou a trabalhar na interrupção deste tipo de rastreio em 2020. O objetivo é que o bloqueio dos cookies de terceiros chegue a todos a partir do terceiro trimestre de 2024. Outros navegadores, caso do Safari, da Apple, e do Firefox, do Mozilla, já bloquearam estes tipos de cookies.

—O principal impacto da medida no varejo brasileiro acontece dentro do marketing digital, já que obter informações dos clientes é importante na hora de planejar medidas de personalização e venda de produtos e serviços— explica Bárbara Kohut, especialista de produtos Latam da Infobip. As principais soluções para a nova medida estão concentradas no uso de ferramentas tecnológicas — que podem ajudar não só a atrair novos consumidores, mas também a fidelizar aqueles que já existem.

O uso da Inteligência Artificial, que deve permanecer em alta em 2024, pode ajudar varejistas a automatizar a comunicação com o consumidor e, assim, conseguir coletar dados de preferência para serem usados em medidas personalizadas. —Hoje, os canais de comunicação com as marcas favoritos dos usuários são os aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. O uso de chatbots neste meio, por exemplo, agiliza processos de compra e é ideal para entender as demandas do usuário para medidas futuras personalizadas — como oferecimentos de produtos e serviços baseados no histórico do cliente— detalha Bárbara.

Além da opção de investir em ferramentas de IA para auxiliar na personalização e em novas estratégias de marketing digital, os varejistas sempre podem focar em aprimorar a experiência do cliente. Empresas que oferecem atendimento prático, jornadas de compra bem estruturadas e experiências omnichannel para integrar os diversos canais de comunicação se destacam em seus segmentos. —O oferecimento deste tipo de serviço traz retornos e comentários positivos nas redes sociais — algo essencial para a conversão de novos clientes—comenta Bárbara.

Mesmo sem os cookies de terceiros, é possível utilizar outros recursos para ser mais assertivo e entender as demandas do público. A primeira opção que surge é conhecida como First Party Data, que diz respeito ao uso dos próprios dados da empresa em relação a seus clientes. A segunda, proposta pelo Google para enviar dados aos anunciantes de forma anônima, é uma ferramenta chamada Topics, que filtra usuários a partir de interesses, deduzidos por meio dos sites visitados em determinado período.

O diferencial para as empresas com o desaparecimento dos cookies está justamente na coleta dos dados de usuários de outras fontes e na gestão e união destas informações em um único local — ferramenta oferecida pela Infobip. Assim, a tarefa de entender melhor o consumidor e construir fluxos de mensagens omnichannel personalizadas para ajudá-lo durante o processo de venda torna-se mais fácil.

Com as medidas para extinção dos cookies de terceiros sendo tomadas gradativamente, os varejistas precisam acompanhar as discussões que envolvem privacidade de dados e segurança para que seus negócios não sejam afetados. —Apesar dos desafios impostos pela era sem cookies, o cenário precisa ser encarado com otimismo — principalmente com as facilidades que a tecnologia e a IA têm oferecido nos últimos anos— finaliza Bárbara.