Evento da AEB e AfroChamber tem foco no G20.
A presidência temporária do Brasil no G20 e a inclusão da União Africana no grupo das 20 maiores economias globais, permearam o Fórum de Negócios Brasil-África, realizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em parceria com a Câmara de Comércio Afro-Brasileira (AfroChamber) e apoio da Pellon e Associados Advocacia, no dia 30 de janeiro(terça-feira), no Rio de Janeiro. O evento visou promover e ampliar a cooperação entre o Brasil e os países africanos, incluindo soluções financeiras, missões empresariais e reuniões de fomento de negócios e intercâmbios.
No ano passado, o Brasil registrou mais um superávit (US$ 289 milhões) nas relações comerciais com Angola. O cônsul angolano Matheus de Sá Miranda Neto, disse que após quase 30 anos de guerra civil, o seu país precisa tentar equilibrar mais a balança comercial entre as duas nações. Miranda enumerou oportunidades nos setores de infraestrutura, educação, agricultura e turismo, e reforçou a importância brasileira em dois momentos cruciais para o país africano: a independência e a reconstrução no pós-guerra.
A estabilidade política e os avanços tecnológicos ajudaram a incluir jovens e mulheres no crescimento da economia de Gana, segundo a embaixadora Abena Pokua Adompim Busia. O Brasil exportou US$ 430 milhões ano passado para o país da África Ocidental, um superávit de mais de US$ 95 milhões.
Michelle Chivunga, representante de Zâmbia, também levou a pauta da transformação e inovação digital nas empresas com participação feminina e da nova geração. Convidada pela organização do G20, ela vai fomentar conexões empresariais na região africana.
Principal economia da África, a Nigéria foi representada no evento pelo ministro encarregado de Negócios, Shehu Yusuf. Ele destacou a meta de diversificação, além do petróleo, e destacou o setor agrícola como vital para a segurança alimentar. Em linha semelhante, o embaixador do Zimbábue, Meshack Kitchen, apontou o potencial da agricultura do país, e sugeriu fechar parcerias com o Brasil na produção, industrialização e exportação de produtos orgânicos de valor agregado.
O subsecretário de Relação Internacionais do Rio de Janeiro, Bruno Queiroz, disse que o Governo Estadual tem muito interesse em fechar parcerias com o continente africano, e ressaltou que a afinidade cultural já é uma vantagem comparativa importante entre as partes. Ele frisou o potencial energético do estado, com o petróleo e fontes renováveis, além de investimentos em inovação e tecnologia. Em relação ao G20, Queiroz afirmou que das 100 reuniões pelo Brasil ao longo do ano, mais de 20 serão no Rio para iniciar ou ampliar o diálogo com outros países.