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14/12/2023

Leilão do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão arrecada R$ 422 milhões

O 2º Ciclo no regime de partilha licita o bloco de Tupinambá. Na OPC, foram arrematados 192 blocos exploratórios, em todas as nove bacias que tinham áreas em oferta. Os vencedores se comprometeram com R$ 2,01 bilhões em investimentos na fase de exploração.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou no dia 13 de dezembro (quarta-feira), no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, as sessões públicas do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e do 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha (OPP).

No 4º Ciclo da OPC, foram arrematados 192 blocos exploratórios, em todas as nove bacias que tinham áreas em oferta, número recorde nas licitações realizadas até hoje nesta modalidade. O recorde anterior foi registrado no 3º Ciclo, quando foram arrematados 59 blocos.

As ofertas vencedoras geraram R$ 421.712.292,83 em bônus de assinatura e resultarão em, pelo menos, R$ 2.012.660.000,00 em investimentos somente na primeira fase do contrato (fase de exploração). O ágio do bônus foi de 179,69% e os blocos foram arrematados por um total de 15 empresas.

Também foi arrematada a área com acumulações marginais de Japiim, gerando um bônus de assinatura de R$ 165.000,00 e investimentos previstos de R$ 1.200.000,00.

Para o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, os resultados do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão indicam a abertura de novas fronteiras exploratórias; a continuidade do interesse em bacias de maduras, como a Potiguar, e de alto potencial, como a de Santos; e a participação de empresas de variados perfis: grandes, independentes, e novos entrantes.

3A reposição das áreas exploratórias representa geração de empregos, renda e recursos que serão inclusive utilizados para a necessária transição energética —afirmou Rodolfo Saboia.

Outros destaques do ciclo foram a Bacia de Pelotas, com 44 blocos arrematados, que não recebia ofertas desde a 6ª Rodada de Licitações; o fato de ter sido licitado pela primeira vez um bloco além das 200 milhas náuticas (bloco S-M-1378, na Bacia de Santos); e a participação da Petrobras, pela primeira vez, em um ciclo da Oferta Permanente de Concessão.

Já no 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha, o bloco de Tupinambá foi arrematado pela empresa BP Energy. Foram arrecadados R$ 7.047.000,00 em bônus de assinatura (que, nas licitações de partilha, é fixo). O percentual de óleo oferecido à União foi de 6,5%, um ágio de 33,2% com relação ao mínimo estabelecido em edital. Além disso, estão previstos R$ 360 milhões em investimentos pela empresa vencedoras na primeira fase do contrato (fase de exploração).

Petrobras — Uma das grandes participantes foi a Petrobras, que arrematou 29 blocos, todos na Bacia de Pelotas, na Região Sul. A estatal deu preferência para participar por meio de consórcios. Em 26 lances vencedores, foi formada parceria com a Shell, que deteve 30%. Os outros três tiveram, além da Shell (30%), a chinesa CNOOC (20%) como participante. As duas empresas já integravam outras parcerias com a Petrobras.

O valor do bônus de assinatura a ser pago em abril de 2024 pela Petrobras é de cerca de R$ 116 milhões. Os 29 blocos arrematados se somam ao portfólio da estatal, que conta com 47 blocos. Isso significa que os cerca de 20 mil km² adquiridos fazem a área exploratória total da companhia saltar para 50 mil km².

A Elysan — Uma surpresa no leilão foi a empresa Elysian, criada em agosto deste ano com o objetivo específico de participar do leilão. Ela pertence ao empresário Ernani Machado, que nunca teve experiência na indústria do petróleo e arrematou mais de 100 blocos nas bacias de Potigar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, se comprometendo com cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinatura.

A empresa de Belo Horizonte (MG) não tem funcionários fixos. Conta apenas com sete consultores. De acordo com o empresário, o fato de ter vencido a disputa por dezenas de blocos não o preocupa.

A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer até o dia 31 de maio de 2024. 

Oferta Permanente —A Oferta Permanente é, no momento, a principal modalidade de licitação de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Nesse formato, há a oferta contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais localizados em quaisquer bacias terrestres ou marítimas.

Desse modo, as empresas não precisam esperar uma rodada de licitações “tradicional” para ter oportunidade de arrematar um bloco ou área com acumulação marginal, que passam a estar permanentemente em oferta. Além disso, as companhias contam com o tempo que julgarem necessário para estudar os dados técnicos dessas áreas antes de fazer uma oferta, sem o prazo limitado do edital de uma rodada.

Nessa modalidade, as licitantes inscritas podem manifestar interesse para quaisquer blocos, áreas ou setores, desde que apresentem declarações de interesse, acompanhadas de garantia de oferta, nos termos dos editais vigentes. Apresentada uma ou mais declarações, e aprovada toda a documentação, a Comissão Especial de Licitação (CEL) divulga cronograma para realização de um ciclo. 

Atualmente, há duas modalidades de Oferta Permanente: Oferta Permanente de Concessão (OPC) e Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), de acordo com o regime de contratação (concessão e partilha).

Mais informações no endereço: www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente.