Para promover a descarbonização da Amazônia. Projeto também prevê esforços conjuntos para a recuperação de bacias hidrográficas brasileiras.
No quarto dia da COP28, o Pacto Global da ONU no Brasil reuniu representantes do BNDES e da Eletrobras para a assinatura de um acordo entre as duas empresas para a promoção da descarbonização da Amazônia e a recuperação de bacias hidrográficas brasileiras. —A gente tem o prazer de estar hospedando esse acordo do Eletrobrás e BNDES tão necessário para o Brasil. Meus parabéns às duas instituições. Temos visto tudo o que BNDES tem feito para que a gente tenha uma transição energética de maneira mais justa. O Brasil, como a gente sabe, tem todos os elementos para liderar essa agenda, entendo que a gente não consegue fazer isso, sem a participação muito efetiva do BNDES e da Eletrobras— comentou Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil.
O acordo foi assinado durante o evento “Fundos para Aceleração da Transição Energética do Brasil”, que contou com a presença do ministro de Estado de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A parceria entre Eletrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social planeja projetos de revitalização de bacias hidrográficas com base em investimentos socioambientais; descarbonização na Amazônia, ações de melhoria da navegabilidade dos rios Madeira e Tocantins, além de projetos para interligar comunidades isoladas. O acordo de cooperação tem como foco o desenvolvimento de parcerias por meio de matchfunding de restauro ambiental para alavancar recursos que serão investidos nos fundos regionais.
Painelistas discutem ações conjuntas entre as empresas —Em seu primeiro side-event na COP28, o Pacto Global da ONU no Brasil promoveu o painel Movimento + Água como instrumento de ação coletiva para o setor privado, que contou com a participação de nomes como Paula Martinelli, Global Freshwater Knowledge Manager (WWF), como Key Note Speaker, Carla Crippa, Vice-presidente de Impacto Positivo e Relações Corporativas, Ambev Édison Carlos, Presidente do Instituto Aegea, Bruno Eustáquio, Diretor de Relação Institucional e Programas Setoriais da Eletrobras, Nabil Kadri, Superintendente de Meio Ambiente do BNDES e mediação de Camila Valverde, diretora de Impacto e COO do Pacto Global da ONU no Brasil.
—A crise climática é uma crise hídrica. Nada é mais claro do que a gente está vendo no maior ecossistema fluvial do mundo, que é o da Amazônia, e o maior pântano do mundo, que é o Pantanal, que sofreu, somente no mês de novembro, com mais de quatro mil incêndios— comentou Paula Martinelli.
Carla Crippa, Vice-presidente de Impacto Positivo e Relações Corporativas, Ambev, falou sobre um case bem-sucedido da empresa. —Em 20 anos, a gente reduziu em 50% o consumo de água. No começo de 2016, a gente recebeu uma provocação do que a gente podia fazer para além de reduzir o consumo interno de água, daí, veio a água AMA, que é negócio social, com 100% do lucro revertido para projetos de água potável —explicou ela.
Édison Carlos, Presidente do Instituto Aegea, também trouxe o que tem sido feito pela organização, mas lembrou que a crise não será vencida por ações pontuais: —A gente vai precisar juntar esforços com outros setores e se apoiar menos em cases de empresas e mais em ações concretas, coletivas para que a gente amplie a escala. O desafio está vindo muito mais rápido do que a gente imaginava. O Pacto é umas das instituições mais importantes nesse momento, porque consegue colocar todo mundo na mesa, independente do setor, do tamanho do setor, para que a gente comece a fazer mais ações realmente coletivas—.
—Falar de água não é só falar das crises hídricas, mas sim, das questões básicas que nós temos, porque falar de água é falar de direitos humanos. É preciso sermos simples. As comunidades devem ser engajadas, os indivíduos devem ser engajados para que assim possamos fazer um movimento coletivo. Se não fizermos dessa forma, vamos ficar apenas nesses grupinhos restritos como estamos aqui— sentenciou Rachel Maia, presidente do Conselho Administrativo do Pacto Global da ONU, no encerramento do painel.
Programação, que pode sofrer alterações até o dia do evento: https://ungcbrazilcop28.com/#programacao