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22/11/2023

Presidente eleito da Argentina Javier Milei nos diálagos rumo a transição de poder

O presidente eleito, Javier Milei, deu detalhes daquele que foi o primeiro encontro que manteve no dia 21 de novembro (terça-feira) com o atual presidente Alberto Fernández na Quinta de Olivos: —Foi uma conversa muito cordial e produtiva—, disse o novo mandatário da Argentina.

Dessa forma, o libertário contou como foi aquele conclave que encerrou com a foto em que mostravam distanciamento e uma cena bem protocolar, com apenas dois copos d’água no meio.

—Passamos muito tempo a conversar, para mim foi valioso, falamos da transição, da política interna, da política internacional. E também da questão social. Foi uma conversa produtiva — acrescentou.

As declarações de Milei surgiram no contexto de uma entrevista que o jornalista, analista econômico, consultor de negócios, palestrante, comunicador e professor, Manuel Adorni realizou com ele para o seu canal no YouTube.

Ele ressaltou que há vários elementos sobre os quais eles não concordam, mas que levantaram suas diferenças de forma educada: —Aqui o que impera é o pragmatismo. Nesse sentido, é muito valioso levar a experiência de alguém que esteve em escritório e quem conta como ele vê isso —disse ele.

Também noutra entrevista que concedeu esta terça-feira, neste caso com Alejandro Fantino, o presidente eleito contou uma situação cômica ocorrida durante a reunião: —O Alberto fez-me uma piada muito simpática, disse que a cena parecia uma de uma agência imobiliária. que lhe mostra a casa. E eu disse a ele ‘sou o novo inquilino’—, disse ele, provocando risadas do jornalista.

A isso ele acrescentou uma frase mais política: —Se estou dizendo ‘sou o novo inquilino’, estou sendo claro. Estarei lá temporariamente. Este é um trabalho para mim—.

E continuou: —Também estou dialogando muito com Macri. Ele contribui muito com a experiência. São coisas que mais tarde nos momentos críticos ajudam muito—.

Questionado por Adorni sobre a possibilidade de hiperinflação, o novo chefe de Estado não descartou: —Sabemos que o risco de hiperinflação existe e faremos todos os esforços para o evitar. um défice fiscal de ajustamento muito forte para chegar a um défice financeiro zero. Isso significaria que estamos solventes, que podemos pagar as nossas dívidas.

—2024 terminará com equilíbrio fiscal —garantiu mais tarde em diálogo com Neura.

Quando questionado se partilha da visão de Macri sobre a necessidade de implementar grande parte das suas ideias econômicas nos primeiros seis meses do ano, Milei afirmou e disse que tempos difíceis virão.

Vídeo — O presidente eleito confessou que o Sumo Pontífice estava interessado nas políticas que preparou para o seu Ministério do Capital Humano.

—Veremos seis meses que serão muito difíceis. Teremos que fazer o ajuste. Propomos que o ajuste seja pago pela política, mas isso significa nos envolvermos às custas da política, mas em itens onde a política rouba —alertou.

Nesse sentido, deixou claro que além de ter montado “uma equipa” para gerir a economia, estará constantemente envolvido. — Escolhi o ministro da Economia. Uma das coisas que vai surpreender as pessoas é que estamos a montar uma equipe . Não me importa de onde eles vêm. Será inexorável que eu me envolva nas questões econômicas— frisou.

—Você tem medo do que acontece na rua? —perguntou-lhe Adorni. Sem hesitar, Milei respondeu: —A lei será aplicada. E não vou me permitir ser extorquida. a lei, nada está fora da lei. —Se cedermos à extorsão não seremos mais o 130º no ranking mundial, mas sim o último. Sinto-me apoiado pelas forças de segurança—.

Nas últimas horas soube-se que o Papa Francisco foi outra das personalidades que telefonou ao novo presidente. Sobre isso, Milei contou alguns detalhes da palestra: —Ele me ligou para me dar os parabéns, foi uma palestra interessante. Ele valorizou a coragem e a sabedoria nessa luta. em diante. Depois ele me disse que funcionou para ele. interessante nosso ministério de capital humano e como planejamos energizar a sociedade a partir desse ministério. Como converter o capital humano no eixo central de nossa política de crescimento. Nesse contexto, ele mostrou uma posição interessante. Além disso, convidei-o para vir à Argentina, que seria recebido com honras—.

Sobre as reformas estruturais que propôs durante a campanha, disse que no dia 11 de dezembro será apresentado ao Congresso um pacote de reformas importantes com as quais a partir de então poderão pensar na redução de impostos.

Ele também disse o que acredita que será a Argentina daqui a quatro anos: —Se conseguirmos fazer as reformas que planejamos, temos certeza de que nas eleições de meio de mandato poderemos fazer uma eleição histórica. E isso nos permitirá aprofundar o ainda mais as reformas estruturais: —É uma economia com forte crescimento, com forte recuperação dos salários e com grande queda da pobreza e da indigência—.

Sobre a conversibilidade, disse que a ideia é que a dolarização possa ser implementada em um ano.

—A conversibilidade recebeu de Alfonsin um salário médio de 180 dólares e elevou para 1.800. Hoje temos um salário médio de 300 dólares e, se conseguirmos o resultado da conversibilidade, podemos fazer com que o salário seja seis vezes maior— indicou. | Vídeo no YouTube: https://shre.ink/TQJn | Clarím.