Plano da nova Americanas prevê geração de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões em 2025. Fraude total foi de R$25,2 bilhões entre VPC (Verba de Propaganda Cooperada) fictício, juros não contabilizados em resultado e despesas contabilizadas como investimentos, todos já ajustados nos balanços apresentados. Companhia divulgou demonstrações financeiras de 2022: prejuízo foi de R$12,9 bilhões no ano e patrimônio líquido ficou negativo em R$ 26,7 bilhões.
A Americanas S.A. divulgou seu plano estratégico de negócios ao mercado, no dia 13 de novembro ( segunda feira), cujos dados tem previsão de geração de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões (ou mais de R$ 1,5 bilhão depois do pagamento de aluguéis) em 2025. Após sofrer fraude de resultados praticada pela antiga diretoria, a Companhia tem centrado esforços na continuidade do negócio, que ganhará mais fôlego a partir do aumento de capital de R$ 12 bilhões que será realizado pelos acionistas de referência e capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões, assim como com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos credores.
O trabalho de revisão e correção dos registros contábeis anteriores apontou para um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões em 31 de dezembro de 2022. No ano, a Americanas teve um prejuízo de R$ 12,9 bilhões e Ebitda negativo de R$ 6,2 bilhões, segundo as demonstrações financeiras auditadas e enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nova Americanas – O plano de negócios da nova Americanas, apresentado pela atual gestão da companhia, está focado na fortaleza e resiliência do canal físico, apoiado pela excelência operacional do digital, pelo portfolio de serviços financeiros customizados da Ame e pela diversidade de seu retail media, que rentabiliza seus ativos por meio de advertising. Essa transformação dará maior protagonismo ao seu DNA figital (físico + digital) gerando um pacote consistente de entregas aos clientes e parceiros, com todos os modelos possíveis de um varejo de variedades como a Americanas.
O plano, que já está em curso, promove maior assertividade nos produtos para revenda, assim como novos modelos de precificação e modulação de sortimento para ampliar as vendas no canal físico e a margem bruta da Companhia. Outros pilares importantes são a renovação das lojas físicas, a otimização dos custos de ocupação e revisão de processos para oferecer excelência na jornada dos consumidores.
Além disso, a plataforma digital da Americanas terá também foco no marketplace e no Online to Offline (O2O), um diferencial da companhia, oferecendo mais sortimento e conveniência para os milhares de clientes da Americanas em todo o país. A Ame atuará como alavanca para o fortalecimento da marca Americanas, com ampliação de seu programa de loyalty para aumentar o engajamento de clientes, além de estímulo ao cashback e meios de pagamento.
A transformação da Americanas, já iniciada pela nova gestão, também envolve uma reestruturação de forma a ajustar a Companhia para este foco de atuação. Foram realizados ajustes e melhorias em áreas como marketing, tecnologia e estrutura logística a partir do novo contexto de atuação da plataforma digital, da renegociação de contratos e mudanças na estrutura organizacional, com melhora da despesa operacional. “Acreditamos que, com este plano, a Americanas estará pronta para renovar seu papel de relevância no varejo brasileiro. Não será fácil, não será simples, mas será feito”, afirma Leonardo Coelho, CEO da Americanas.
A Americanas segue focada em busca de um consenso para a aprovação do Plano de Recuperação Judicial (PRJ), com avanço significativo nas negociações após o anúncio da capitalização de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência. A Companhia apresentará, em conferência com o mercado hoje, a evolução dos termos do PRJ, como a priorização do pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista em cota única, logo após a aprovação do Plano, além de alternativas especiais para os credores fornecedores da Classe 3. A Americanas tem a expectativa de que a Assembleia Geral de Credores seja realizada ainda em 2023.