Na primeira visita ao Brasil, o Rei do maior grupo étnico de Angola, Sua Majestade Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, chega ao Rio para participar de dois dias de agenda na cidade. A visita do rei ao Rio é promovida pela DiversaCom em parceria com a UNIperiferias.
O Rei será o convidado especial do debate sobre a importância da reparação histórica para a população negra brasileira. O evento acontecerá no dia 07 de novembro (terça-feira) Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), das 9h30 às 12 horas. E reunirá também a jornalista Louise Freire e o professor doutor Babalaô Ivanir dos Santos. Depois do debate, haverá uma apresentação cultural de slam.
—De Angola vieram 60% dos escravizados africanos para o Brasil. Esta visita inédita e histórica representa um reencontro ancestral entre filhos de Angola que foram separados pela escravização — diz Marcelo Moreira, sócio-diretor da DiversaCom.
—A visita do Rei do Bailundo no Brasil representa um elo que nos une, relembrando uma história compartilhada, marcada por nossa herança cultural comum. Esta visita fortalece nossos laços culturais, enriquece nosso patrimônio histórico e constrói pontes que ultrapassam fronteiras, promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa entre nós— diz a coordenadora de comunicação da UNIperiferias, Mariane Del Rei.
Após o evento, o Rei fará um passeio pela região do Cais do Valongo, onde desembarcou a maioria dos escravizados vindos da África para o Brasil.
Já no dia 08 (quarta-feira) pela manhã, de 9 às 11 horas, o Rei participará de um seminário sobre cultura e pluralidade religiosa na UNIperiferias, na Maré. A favela da Maré é a região onde se concentra o maior número de migrantes angolanos que vivem no Rio de Janeiro. À tarde, de 13 às 17 horas, o monarca participará de um encontro de quilombolas no Quilombo no Camorim, o mais antigo do Rio de Janeiro. O local foi ocupado por pessoas escravizadas trazidas de Angola.
Antes do Rio, o Rei esteve em São Paulo, a convite do Centro Cultural Casa de Angola.
Minibiografia de Sua Majestade Rei Tchogolola Tchongonga Ekuikui VI: Sua majestade Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI é o 37º soberano do reino do Bailundo (Região Central, origem dos Ovimbundu), Rei dos Ovimbundu, sul de Angola. Aos 39 anos, pertence à linhagem de Ekuikui, sendo o primeiro neto legítimo marterlinear do falecido Rei Augusto Katchitiopololo (rei Ekuikui IV). Formado em Direito Costumeiro, em línguas na República da Namíbia, fala quatro idiomas, uma delas é o idioma Umbundu, língua oficial do Reino do Mbailundo, tem fluência na língua francesa, portuguesa e inglesa.
Reino do Bailundo — O Reino do Bailundo surgiu em meados de 1700 e foi um estado nacional africano, dos povos Ovimbundu, era dotado de poderes políticos e económicos. O Reino encontra-se localizado no Planalto Central de Angola, e abrange as províncias do Huambo, Benguela, Kwanza Sul, Bié e uma parte da Huíla. Quando surgiu o Reino do Bailundo? No princípio o nome era Halavala, deu-se este nome devido a sua localização geográfica que estava próximo de um monte. Posteriormente mudou-se o nome para “Mbalundo” devido ao uso de jóias, bijuterias que o povo tinha o costume de usar, estes acessórios chamavam-se Ombalundo. O Reino comporta um palácio real, 35 residências para os membros da corte e jangos que servem para julgamentos tradicionais que ajudam a resolver os problemas sociais que ocorrem na aldeia.
DiversaCom — É a agência de aceleração da Diversidade Social do Grupo Textual Comunicação. Desenvolve projetos de Diversidade, Equidade e Inclusão para empresas e organizações.
UNIperiferias — A UNIperiferias é um centro de altos estudos que realiza formações, pesquisas e publicações com base nos saberes e fazeres das periferias e de seus sujeitos.