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28/10/2023

Usiminas registra prejuízo líquido de R$ 166 milhões no 3T23

De acordo com a empresa, foi devido a queda de preços, o que gerou impactos no resultado da Usiminas no período.

A Usiminas divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2023 no dia 27 de outubro (sexta-feira). Apesar do maior volume de vendas, os números foram fortemente impactados pelo aumento das importações de aços laminados, especialmente da China, o que pressionou os preços no mercado.

No período, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 166 milhões, frente a um resultado positivo de R$ 287 milhões no trimestre anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado consolidado ficou negativo em R$ 20 milhões e a margem Ebitda também foi negativa em 0,3%. Já as vendas de aço totalizaram um milhão de toneladas, um aumento de 5% na comparação com o trimestre anterior.

A receita líquida registrou queda de 20% na base de comparação com o terceiro trimestre de 2022, passando de R$ 8,434 bilhões para R$ 6,714 bilhões.

O capex totalizou R$ 886 milhões no terceiro trimestre, sendo 83,2% na unidade de siderurgia, 13,6% na de mineração, e 3,2% na de transformação. Assim, os investimentos foram 0,8% superiores na comparação com o mesmo período do ano passado, — quando o capex somou R$ 879 milhões.

—Não é novidade que a Usiminas, assim como toda a indústria siderúrgica brasileira, está passando por um momento desafiador. Os elevados níveis de importação de aço proveniente principalmente da China, que chegam até o país com preços artificialmente baixos, abaixo do custo em alguns casos, e criam uma concorrência desleal com o aço nacional— comenta Marcelo Chara, presidente da Usiminas.

O executivo reforça a importância de uma ação do governo brasileiro para garantir isonomia de competição. —O México recentemente aumentou a tarifa de importação para 25%. Em comparação, a tarifa de importação do Brasil está em 10,8%. Isso leva a uma invasão de produto porque outros mercados se fecharam para a concorrência desleal, enquanto o Brasil continua aberto— afirma.

Investimentos — O investimento do terceiro trimestre de 2023 totalizou R$886 milhões, destinado, principalmente, à reforma do Alto Forno 3 da Usina de Ipatinga, maior investimento da companhia no ano. Com a conclusão das obras, a Usiminas prepara o equipamento para a entrada em operação. —É um trabalho cuidadoso para retomar com segurança e cuidado com o meio ambiente. Foi uma obra complexa e que trará muitos benefícios e competitividade para a Usiminas. O Alto Forno 3 tem diversas melhorias de tecnologia que melhoram o desempenho, impactando em custos e na redução de emissão por tonelada produzida— destaca Chara.

Entre os ganhos esperados estão o aumento da produtividade, com a redução de consumo de combustível e carga metálica, e diminuição das emissões de carbono. Esses ganhos serão percebidos no primeiro trimestre de 2024, após o período de ramp-up para estabilização operacional do equipamento.

Além do Alto-Forno 3, que agrega melhorias ambientais em sua nova configuração, outra medida realizada na Usina de Ipatinga com foco na nossa performance ambiental foi a paralisação da Coqueria 3, que também contribuiu para a redução de custos, um dos principais focos da gestão.

O presidente ressalta que o cenário do mercado, pode impactar na produção da companhia. Ao invés de um retorno à plena carga na Usina de Ipatinga, a Usiminas irá analisar o cenário e sua configuração produtiva, podendo abafar um de seus altos-fornos menores, como forma de adequação à demanda atual.

—Sem medidas concretas, o mercado continuará sofrendo com o aumento da concorrência podemos ter que abafar um dos fornos menores. Não poderemos operar com toda a nossa capacidade. Já em 2023, deixamos de abrir 600 vagas de trabalho pela concorrência chinesa— explica o executivo.