Sou o responsável pela comunicação de uma grande multinacional em todos os países da América Latina de do Caribe. Tem sido uma experiência cheia de desafios e muitas oportunidades, no qual estou me empenhando em conhecer as diferentes culturas empresariais destes países, bem como as expectativas e necessidades específicas de diferentes indústrias.
Ao começar a atender a região, o primeiro desafio foi entender as diferenças de culturas organizacionais, ou seja, comportamentos, atitudes, missão, visão, valores e expectativas que norteiam as empresas de cada país. Como sou brasileiro, estou acostumado com a informalidade das relações brasileiras, inclusive nos negócios, atrasos de 15 ou 20 minutos são aceitos com naturalidade e ter o português como língua nativa é um facilitador. Por aqui, um executivo pode exercer mais de uma função e a hierarquia é mais horizontalizada.
O interessante é perceber que, mesmo dentro do Brasil, nós temos várias culturas regionais e é preciso respeitar o jeito de ser e de negociar dos empresários e executivos de cada estado. Isto tem ficado ainda mais evidente para mim agora, pois a empresa onde atuo decidiu expandir os negócios para as demais regiões, começando pelo Nordeste e Norte.
Em países, como Argentina, Colômbia, Chile e Peru, o relacionamento profissional é mais formal, a hierarquia é respeitada e a pontualidade é muito valorizada. No Chile, os atrasos são considerados até desrespeito. Na maioria dos países, é fundamental manter um bom relacionamento interpessoal. O México e os países caribenhos, como Costa Rica e Panamá, têm culturas organizacionais muito similares à norte-americana, ou seja, os executivos só executam suas funções específicas e as negociações são mais objetivas e diretas.
Como diretor de Marketing e Comunicação para América Latina e Caribe, eu conto com o apoio de uma equipe de talentos muito competentes e que trabalham em total sinergia comigo a fim de viabilizar ações que transmitem as principais mensagens globais da companhia que represento, adequando-as às demandas e a linguagem de cada país. Procuro sempre que possível participar dos principais eventos regionais e escutar nossos clientes e parceiros em cada país para entender o grau de maturação de cada um dos mercados, suas necessidades e desafios a fim de levar este feedback para o C-Level da Genetec.
Meu objetivo é contribuir para que nossos executivos tenham o conhecimento necessário para adequarem nossas soluções para atender às expectativas, bem como para se comunicarem com consistência e coerência com diferentes interlocutores, sejam os gestores de segurança, CTO, CIO, CISO, COO, CFO ou CEO. Novos desafios surgem diariamente e espero estar sempre pronto para superá-los.
. Por: Luis Vieira, diretor de Marketing da Genetec para América Latina e Caribe.