Membro da BSCA com a Amado Grão, da capital mato-grossense, ele teve a melhor performance no preparo de café filtrado e é propagador do café especial na região.
Rubens Vuolo, sócio da Amado Grão, de Cuiabá (MT), é o novo campeão brasileiro de café preparado pelo método filtrado/coado. Ele superou 19 baristas no Campeonato Brasileiro de Brewers Cup, realizado em Curitiba (PR), de 12 a 14 de outubro (quinta a sábado), pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”.
Na competição, os 20 baristas empregaram suas técnicas e habilidades para saber quem extrairia o melhor café pelo método filtrado e manual (coado). Cada competidor teve dez minutos para apresentar a bebida, o método filtrado escolhido e entregar três xícaras, que foram avaliadas pelos juízes.
Além do campeão Vuolo, completam o pódio o vice Daniel Vaz, da Five Roasters, do Rio de Janeiro (RJ), e o terceiro colocado Tiago de Mello, da Pato Rei, de São Paulo (SP).
Rubens Vuolo comenta que começou sua preparação para esta competição após seu desempenho em 2022, quando foi finalista. Empolgado com a possibilidade de ser o representante brasileiro em um campeonato internacional, ele começou a pensar no tema e na apresentação que faria. Assistiu as apresentações dos últimos mundiais para analisar tendências e destaques e iniciou seus treinamentos com esse know how.
—Falaram-me, certa vez, que os campeonatos de baristas seriam para escolher um símbolo da nossa profissão, a profissão que escolhi para minha vida e que amo. Pensei que, se tivesse a possibilidade, estaria o mais preparado possível. Desde o início do ano, estou estudando inglês para me preparar ao mundial na eventualidade de conseguir o título. Nos últimos três meses, fui a São Paulo, fiquei com meus coaches Danilo Lodi e Garam Um, na Um Coffee Academy, fazendo um treinamento intensivo para estar preparado e entregar o melhor resultado possível. E ele veio (campeão)”, revela.
Há três an—s, Vuolo trabalha, em Cuiabá, ao lado de sua mãe e sócia na Amado Grão, que é uma escola de café, torrefação e cafeteria. “A gente vem exercendo esse trabalho pioneiro para fornecer, ao Mato Grosso, café e serviços de alta qualidade. Também tenho um quadro diário em uma rádio que abrange Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo outra oportunidade de propagar o café especial na minha região. É uma verdadeira honra e tenho muito orgulho desse trabalho —comenta.
O novo campeão também destaca a importância dos campeonatos de barismo no Brasil para os profissionais da área. —Minha cafeteria é membro BSCA. Tenho honra de participar dos campeonatos realizados pela BSCA e pela ApexBrasil, que são essenciais para toda essa evolução que observamos. Realmente há valorização do nosso trabalho, do nosso cenário, o que faz com que a profissão de barista e a cena dos cafés especiais cresçam no país. Só há méritos, todo mundo ganha —celebra.
Ele ressalta, ainda, a importância de a organização realizar as transmissões das competições. —Assisti vídeos das finais e dos melhores representantes dos últimos três a quatro mundiais. Isso me engrandeceu como profissional. Tornei-me melhor porque assisti aos melhores da nossa profissão atuando. A transmissão é uma oportunidade de acessarmos conteúdo gratuito e nos qualificarmos, vendo os destaques do barismo agindo e explicando o que fazem. Isso é maravilhoso e essencial para nos tornarmos melhores— explica.
Em sua apresentação, Vuolo utilizou uma mescla das variedades bourbon rosa, da Fazenda Um, e laurina, da Fazenda Daterra. —Usei a delicadeza, o corpo e tudo o que a laurina consegue entregar em drinkability, na facilidade de beber, e a potência e a explosão do bourbon rosa. Foi um blend que casou perfeitamente e me representou bastante —conta.
Vuolo salienta, por fim, a importância do contato próximo com os produtores que fornecem café a ele, externando que essa aproximação é uma tendência no segmento, a qual contribui para a evolução de cafeicultores e baristas. —Agradeço a todos os produtores parceiros com quem trabalhamos. Mesmo os que não tiveram o café escolhido para a competição foram muito solícitos, torceram por mim. Nessa relação de troca, vocês fazem parte da minha história como barista e representam o que eu acredito para café —conclui.
Café compulsório —Com o objetivo de testar ainda mais a aptidão dos baristas brasileiros, esta edição do Campeonato de Brewers Cup contou com uma novidade, a etapa “café compulsório”, que equivaleu à semifinal da competição. Nela, os 10 baristas classificados receberam os mesmos café e equipamentos, com os quais tiveram que selecionar, na hora, qual método filtrado utilizariam e entregar a xícara preparada para prova às cegas dos juízes. O “café compulsório” selecionado é originário da Indicação de Procedência Norte Pioneiro do Paraná, cultivado na Fazenda Califórnia, e a água oficial, a torre de água e o moedor foram da empresa Bunn. Essa avaliação definiu os seis finalistas do certame.
Esta edição do Campeonato Brasileiro de Brewers Cup teve patrocínio prata da empresa Nude e café oficial da Fazenda Califórnia. Os equipamentos da competição foram fornecidos pela Bunn. O brew bar teve Lucca Cafés Especiais, Pressca, Rituá Café, Pasquali Máquinas e Moka Clube como patrocinadores. O apoio técnico foi da Achega Café e o anfitrião da etapa foi a Supernova Coffee.