Em evento no Pacaembu, prefeito dá a largada para o maior programa de eletrificação do transporte público do Brasil.
A cidade de São Paulo deu mais um grande passo para a troca de sua frota de transporte público a diesel por veículos movidos a energia limpa e apresentou no dia 18 de setembro (segunda-feira) os 50 novos ônibus elétricos a bateria que irão operar nas linhas municipais.
Desse total, 49 são ônibus elétricos Eletra, 100% fabricados no Brasil, com tecnologia nacional. São veículos de zero emissão de poluentes, silenciosos, confortáveis, com ar-condicionado, wi-fi e USB para carregar celulares.
Com o evento liderado pelo prefeito Ricardo Nunes, a frota do sistema de transporte público municipal, que já conta com 201 trólebus e 19 ônibus movidos a bateria, passa a ter 270 veículos elétricos em circulação.
Os ônibus têm tecnologia de tração elétrica e eletrificação Eletra, carroceria Caio eMillenium, motor elétrico e baterias WEG – todas elas empresas brasileiras – e chassis Mercedes-Benz e Scania, fabricados em São Bernardo do Campo (SP).
A meta do município é chegar a 20% da frota de ônibus movidos a energia sustentável até o fim de 2024.
O prefeito afirmou que até 2024 haverá 2.400 ônibus elétricos em circulação. Esses números levarão o Brasil aos primeiros postos do ranking mundial da eletrificação de frotas municipais de ônibus, atrás apenas da China, e à liderança do ranking latino-americano de ônibus movidos a energia limpa.
—Existem vários aspectos da responsabilidade da cidade com as questões climáticas, e uma delas é a diminuição dos gases de efeito estufa— disse o prefeito.
—A cidade de São Paulo vai se posicionando e dando exemplo para o Brasil e para o mundo do que é necessário fazer para que possamos ter aquilo que é um compromisso— acrescentou.
Importante etapa para a descarbonização da frota de ônibus de São Paulo, a entrega dos 50 ônibus pelo prefeito Ricardo Nunes faz a Prefeitura avançar em um dos objetivos da gestão municipal para o cumprimento do Programa de Metas da Prefeitura 2021-2024 e da Lei de Mudanças Climáticas.
Esta lei prevê redução da emissão de gás carbônico fóssil das frotas de ônibus em 50% até 2028 e erradicação desse poluente até 2038.
Eletra: —Hoje é um dia histórico para o transporte público de São Paulo e para a mobilidade urbana no Brasil, e com muito orgulho participamos desse grande evento — afirmou a presidente da Eletra, Milena Romano.
—Posso dizer que este é o ponto mais alto da nossa trajetória, e com muita emoção contemplamos a entrega destes 50 ônibus elétricos. São os pioneiros de um visionário programa de eletrificação da maior frota municipal de ônibus do Ocidente— acrescentou a empresária.
—Os ônibus elétricos foram fabricados por empresas brasileiras, instaladas no Brasil, com tecnologia inteiramente nacional. Empresas como Eletra, mas também como WEG, Caio, Mercedes-Benz e Scania, com o inestimável apoio da Enel X—.
—Essa parceria estratégica viabilizou a produção de veículos de alta qualidade, fabricados por trabalhadores brasileiros, gerando renda e pagando impostos no Brasil— disse Milena Romano.
—Ônibus elétricos capazes de atender à demanda de qualquer cidade do Brasil ou da América Latina, em diferentes condições operacionais. Eles são motivo de orgulho para todos nós, que sonhamos com um país mais próspero, uma indústria nacional mais sólida, cidades mais limpas e silenciosas e um transporte público de melhor qualidade para a população— finalizou a presidente da Eletra.
Mobilidade limpa: —Conseguimos ampliar a nossa frota de veículos a bateria, chegando a 69 veículos, tudo com o objetivo de nos tornamos, fora da China, o maior polo de mobilidade urbana, com ônibus movidos a energia limpa, graças a todo trabalho desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo — disse o secretário -executivo de Transporte e Mobilidade Urbana, Gilmar Miranda.
O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, afirmou: “Em 2018, votamos um Projeto de Lei que deu origem à descarbonização, controlando as emissões de poluentes”.
“Esta política não é só colocar ônibus, mas pensar na saúde lá na ponta. É investir na qualidade de vida das pessoas” – acrescentou o vereador.
Operadoras—Com o anúncio desta segunda-feira, a cidade de São Paulo passa a contar com 25 ônibus elétricos 12,1m – Básico, com capacidade para 70 passageiros, da Transwolff; 23 ônibus 15m, Padron, com capacidade para 94 passageiros, sendo 12 da Transpass e 12 da Ambiental; além de um ônibus elétrico de 21,5m, articulado, da Campo Belo, com capacidade para 144 pessoas.
Os modelos irão substituir parte de sua frota de ônibus a diesel. Com os novos veículos, o número de ônibus a bateria mais do que triplica na cidade de São Paulo.
Agora, a cidade passa a ter ônibus de tração elétrica nas zonas Sul, Leste e Oeste, além da região central.
As concessionárias firmaram contrato com a Enel X para a disponibilização dos veículos e infraestrutura de recarga necessária nas garagens, em substituição ao abastecimento dos veículos movidos a diesel.
Os ônibus elétricos terão suas baterias carregadas nas garagens durante a noite, e a autonomia permitirá que operem durante todo o período diurno.
—O dia de hoje é o resultado de um grande trabalho que começou há alguns anos, indo às garagens, consultando engenheiros, para a viabilização deste projeto na maior cidade do Brasil. Não tenho dúvidas de que São Paulo será a capital do transporte público elétrico— disse o responsável pela Enel X Brasil, Francisco Scroffa.
Meio ambiente —Cada ônibus movido a tração elétrica deixa de emitir anualmente, em média, 0,24 toneladas de NOx (óxidos de nitrogênio); 0,002 toneladas de MP (material particulado); 106 toneladas de CO² (dióxido de carbono).
Com isso, a cidade passa a ter mais um componente na busca pela melhoria da qualidade de vida da população.
—A cidade de São Paulo, que é a quinta maior metrópole no mundo, tem de olhar para a sua questão ambiental, em todas as áreas: na questão da água, da mata, do solo, do calor e do ar— afirmou o prefeito.
—Hoje, iniciamos uma etapa importante desse contexto da sustentabilidade, como uma das cidades que mais têm tido ações responsáveis com as questões climáticas e de preservação ambiental— concluiu Ricardo Nunes.
A queda da emissão de poluentes dos ônibus impacta tanto a cidade de São Paulo quanto a Região Metropolitana, ao melhorar a qualidade do ar e, consequentemente, proporcionar melhor qualidade de vida e benefícios à saúde dos cidadãos.
—A presença dos ônibus elétricos tem uma grande vantagem de retirar do ar toneladas de gases que causam efeito estufa e, principalmente, por retirar do ar o enxofre nocivo à nossa saúde— afirmou o secretário executivo de Mudanças Climáticas, Gilberto Natalini.
—É muita coragem e muito esforço da Prefeitura, da Câmara Municipal, dos técnicos, do povo de São Paulo nesse investimento, que vai transformar a cidade em exemplo para o mundo —destacou.
Linha completa — Desde 2022, a Eletra passou a oferecer ao mercado brasileiro seis novos modelos de ônibus 100% elétricos, desenhados para atender às diferentes características topográficas e urbanas das cidades brasileiras ou latino-americanas: Ônibus elétrico 10m – Midi (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG); 12,1m – Básico (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG); 12,5m – (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG); 12,8m – (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG); 15m – Padron (chassi Scania, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG); e-Bus 21,5m – Articulado (chassi Mercedes-Benz, carroceria Caio, motores elétricos e baterias WEG).
A Eletra desenvolve também o e-Trol, um ônibus elétrico desenhado especialmente para operações em vias segregadas e BRT (Bus Rapid Transit), com um inédito sistema de catenárias para recarga de baterias durante o trajeto e ampla autonomia sem contato com a rede aérea.
Todos os veículos da Eletra são produzidos hoje numa ampla área de 27 mil m² na Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, coração industrial da Grande São Paulo.
Na nova fábrica, que entrou em operação em maio de2022, a Eletra terá capacidade de produzir 150 ônibus elétricos/mês, ou até 1.800/ano, podendo aumentar essa produção em 50%, dependendo da demanda.
A ampliação das instalações faz parte de um plano de investimentos cujo objetivo é posicionar a Eletra como a principal indústria brasileira de veículos elétricos pesados.
História —A Eletra é uma empresa 100% nacional, com foco em tecnologia de tração elétrica e integração de sistemas elétricos para transporte de passageiros e carga. Fundada em 1999, em São Bernardo do Campo, por um grupo empresarial com mais de um século de experiência em transporte público. Pioneira em tecnologia de tração elétrica no Brasil, a Eletra capacitou-se nos últimos anos para atender à demanda por ônibus elétricos de todos os estados e municípios que aprovaram planos de renovação de suas frotas. Em 1999 ela produz o primeiro ônibus elétrico híbrido articulado do Brasil, em 2021 fabrica o primeiro carro-forte 100% elétrico no mundo, em parceria com a Protege, em 2022: dá início ao lançamento de seis novos modelos elétricos: 10m, 12,1m, 12,5m, 12,8m, 15m e 21,5m, além do e-Trol, ano em que começa a operar em uma nova e ampla unidade industrial no km 16 da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).