Essa semana os investidores observaram com cautela as possíveis pressões sobre a inflação no Brasil, que estão relacionadas ao aumento nos preços do petróleo no mercado internacional. Hoje, sexta-feira, os preços atingiram o nível mais alto em 10 meses.
Esses dados do aumento na inflação implícita devem começar a afetar as projeções para o Ibovespa, mesmo que as expectativas recentes tenham sido reduzidas. Paralelamente, o Banco Central pode adotar uma postura mais cautelosa em relação à política monetária, buscando reduzir as apostas de aceleração no ritmo de queda da taxa Selic no futuro.
Entretanto, no curto prazo, a bolsa brasileira deve continuar a subir, buscando os 122 mil ou até mesmo 123 mil pontos, mas existe a necessidade de cautela devido às preocupações com o déficit fiscal na economia.
Nos últimos dias houve uma tentativa de ajuste, considerando as decisões de política monetária na próxima semana. A parte curta está esperando o Copom, com algumas casas já considerando as chances de uma aceleração e uma taxa terminal menor.
Para a próxima semana parece consolidado o consenso de corte de 0,50 ponto porcentual. Na minha avaliação, no comunicado, os diretores devem repetir na linguagem a estratégia de tentar barrar apostas na ampliação da dose dos cortes futuros, diante do risco de nova inclinação da curva.
Dólar — Apesar do dólar já ter subido consideravelmente, ainda está abaixo dos patamares alcançados no ano passado. Isso deixa as empresas em uma encruzilhada, incertas se essa valorização representa um retorno a um dólar valorizado ou se é apenas um último suspiro antes de uma possível queda.
Observamos o dólar enfraquecer no cenário doméstico, atingindo sua menor cotação em setembro. Isso se deve a um panorama mais previsível em relação às taxas de juros no exterior e à vitória do governo com a aprovação dos jogos esportivos por meio de plataformas online no Congresso, visando aumentar a arrecadação. Isso deve melhorar o fiscal.
O real vem se valorizando por conta da melhora – aparente – que vem ocorrendo na economia da China. O país asiático é um grande comprador de commodities e puxa o Brasil, com nossa balança comercial. A China trouxe hoje bons dados e isso também ajuda nossa moeda.
Os números do varejo e do mercado de trabalho vieram bons e reforçaram a tese de que a inflação nos EUA ainda não está controlada. Com isso, pode ser que o Fed ainda tenha que subir os juros no futuro. Enquanto isso, a alta do petróleo e de outras commodities colaboram também para a alta do real.
. Por: Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, uma das 15 maiores corretoras de câmbio do Brasil. O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.