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06/09/2023

Seca extrema no Panamá já impacta a logística internacional

Um dos problemas causados é o atraso na cadeia de suprimentos devido ao congestionamento de navios.

O Panamá vem sendo atingido por uma seca sem precedentes devido ao fenômeno natural conhecido como “El Niño”, e os impactos já estão sendo sentidos no comércio global, uma vez que o Canal do Panamá conecta os oceanos Atlântico e Pacífico e facilita o comércio internacional ao encurtar as rotas marítimas.

De acordo com Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex — a seca extrema reduziu o volume de água, obrigando as autoridades locais a tomarem medidas como a redução de circulação dos navios no canal. Com isso, pode haver impacto na importação de produtos. No primeiro semestre, foram 548 importações vindas do país, como rolamentos de esferas, pneumáticos e máquinas de lavar roupa— diz Hofstatter.

Com relação ao Brasil, um impacto relacionado à seca é referente aos eletrônicos que vêm de carona nos navios que vão da China para Nova Iorque, Charleston e Baltimore. —O navio grande vem da China com destino à Costa Leste e para em algum porto concentrador. Então o navio de porte menor coleta a carga e segue até Manaus. Mas, também existem rotas alternativas. Essa carga pode, sem dúvida alguma, vir via África do Sul, Cabo da Boa Esperança, transbordar em Santos e subir para Manaus na cabotagem — avalia Leandro Barreto, managing director da Solve Shipping.

De acordo com Barreto, atualmente o maior volume de carga no Canal do Panamá são commodities agrícolas que saem dos Estados Unidos e vão para a China. —No que se refere ao contêiner, certamente os maiores prejudicados seriam o Chile, Peru e Equador. Os produtos advindos dessas regiões, como uvas e bananas, estão enfrentando filas para atravessar o Canal do Panamá. Principalmente cargas com destino à Europa e Mediterrâneo são as que devem ser mais afetadas, por conta da dificuldade de encontrar uma rota alternativa —explica.

Segundo o CEO da Logcomex, o Canal do Panamá é uma das principais rotas comerciais do mundo, e passam por ele quase 6% do comércio marítimo global. — Porta-contêineres são os principais usuários e transportam uma parcela considerável de bens de consumo entre o nordeste da Ásia e a costa leste dos Estados Unidos. Atualmente, há cerca de 20 navios porta- contêineres na rota entre Chile, Peru, Equador e Europa, Mediterrâneo e Costa Leste dos Estados Unidos —diz. | AL.