Plataformas de gestão integrada otimizam as operações e as tornam mais seguras.
Diante da expansão contínua do e-commerce global, as empresas precisam encontrar maneiras de, a cada dia mais, atender seus clientes com rapidez, assertividade e segurança. Negligenciar esses aspectos, afinal, pode significar perda de vendas e redução da participação de mercado, o que ninguém deseja. Esse contexto mais amplo vale também para um setor que trabalha no apoio aos mais variados tipos de negócios que vendem seus produtos e serviços pela internet, o de sistemas de pagamentos. Essa indústria tem o desafio particular de oferecer soluções que facilitem as rotinas de empresas e clientes, e uma das tendências atuais é a gestão integrada por meio da orquestração de pagamentos.
O conceito faz parte do processo de desenvolvimento e amadurecimento do mercado global de pagamentos e está no topo das discussões dessa indústria há muitos anos. A novidade é o fato de agora estar rompendo as fronteiras setoriais e chamando a atenção de empresas de comércio eletrônico que precisam vender mais rápido e com mais segurança para os compradores e para seus próprios sistemas.
Em linhas gerais, essa gestão integrada tornou-se mais relevante à medida que foram sendo criados métodos de pagamento e funcionalidades como o buy now pay later (BNPL), as transferências eletrônicas imediatas e a oferta dos serviços dos neobanks — alguns de alcance global e outros desenhados especificamente para realidades locais, como é o caso do Pix brasileiro. Imagine-se o desafio que se impõe às empresas que operam globalmente e que precisam aceitar pagamentos nesse nível de diversidade. Cabe, portanto, ao segmento de pagamentos apresentar ideias e ferramentas para facilitar esse processo.
A orquestração de pagamentos insere-se nessa dinâmica. Mas cabe, inicialmente, uma definição desse conceito. A orquestração de pagamentos é uma plataforma de software como serviço (“software as a service”), acessada por meio de uma API (Application Programming Interface – Interface de Programação de Aplicação), que facilita a integração e o manuseio de vários provedores de pagamento — entre eles, adquirentes, bancos, gateways de pagamento e provedores de prevenção de fraudes. Assim, quando uma empresa se utiliza dessa plataforma, consegue — instantaneamente — organizar e coordenar todas as soluções e ferramentas com que está operando num determinado momento.
Do ponto de vista de uma empresa que opera em múltiplos mercados, uma das grandes vantagens da orquestração de pagamentos é a possibilidade de ter conexão com vários provedores de pagamento. Isso as ajuda a se conectar com empresas locais de forma orgânica e mais rápida, o que reduz os riscos de perda de vendas ou de fatias de mercado por questões operacionais relacionadas a pagamentos.
É importante lembrar que hoje o e-commerce envolve requisitos de personalização de produtos, buscas otimizadas para dispositivos móveis, processos de checkout rápido e entrega sem complicações, num movimento proporcional ao interesse dos clientes por conveniência. Uma falha online nessa engrenagem pode significar o abandono do carrinho de compras e, no limite, desencadear um efeito indesejado: a perda de credibilidade. Muitos motivos podem estar por trás das eventuais falhas, e entre eles está a própria complexidade do sistema de pagamento — ponto que pode ser endereçado pela plataforma de orquestração de pagamentos.
A orquestração de pagamentos também pode contribuir para evitar interrupções e paralisações do sistema, adicionando robustez ao processo para atender melhor às preferências de pagamento dos clientes. Adicionalmente, as empresas usuárias de uma plataforma desse tipo podem acessar um painel abrangente de indicadores-chave de performance (KPIs), com grande benefício às estratégias do negócio.
Nesse mercado em crescimento exponencial, soluções e ferramentas que otimizem o tempo, facilitem as operações e as tornem mais seguras são sempre uma boa notícia. Com as plataformas de orquestração, a indústria de meios de pagamento, seus clientes e os consumidores finais só têm a ganhar em termos de confiabilidade e transparência.
. Por: Rafael Lopes, diretor da Nuvei Brasil