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23/08/2023

Transpetro planeja contratar 25 navios construídos no Brasil

O lançamento do edital está previsto para janeiro de 2024, investimentos em torno de R$ 12,5 bilhões.

A Transpetro pretende lançar em janeiro de 2024 o edital para contratação de 25 navios que serão construídos no Brasil para ampliar sua frota própria. O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Sérgio Bacci, na abertura da Navalshore 2023, que acontece de 22 a 24 de agosto (terça a quinta-feira), no Centro de Convenções ExpoMag, no Rio de Janeiro. Os objetivos são atender prioritariamente à holding Petrobras, contribuindo para reduzir seus custos de afretamento, e fortalecer o protagonismo da Transpetro na retomada da indústria naval brasileira.

Bacci estima investimentos de R$ 12,5 bilhões para as encomendas de três lotes de navios — gaseiros, embarcações para transporte de derivados claros e derivados escuros, cujas licitações devem ser lançadas em janeiro de 2024.

Segundo o executivo da subsidiária da Petrobras, já pediu a Controladoria Geral da União (CGU), e ao Tribunal de Contas da União (TCU) para fiscalizar o processo de contratações dos navios —não vai ser a qualquer preço, nem a qualquer prazo— avisou.

Bacci admitiu que a empresa não conseguiria comprar no Brasil a preços chineses, mas defendeu que algum sobrepreço pode ser justificado pela criação de emprego e renda no setor.

Talvez tenha que pagar um pouco mais caro, pois tudo é mais caro no Brasil frente a China, — mas não vou pagar o dobro —adiantou Bacci.

E, os novos navios reduzem a necessidade da Petrobras estar exposta a fretes internacionais de transporte de petróleo e derivados, o que de alguma forma seria vantajoso para os acionistas da petroleira.

—Para tornar a indústria mais forte, é necessária uma política de estado de longo prazo, que inclui linhas de créditos acessíveis, regras adequadas de conteúdo local e encomendas públicas e privadas perenes. Estamos desenvolvendo, em conjunto com a Petrobras, o programa TP 25, que prevê a contratação de pelo menos 25 embarcações para cabotagem, apoiando dessa forma a geração de encomendas de médio e longo prazo no Brasil— disse, ao lado do diretor de Navegação e Hidrovias do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Batista.

Outro papel importante da Transpetro nesse cenário é a participação nas discussões para desenvolver uma nova política de conteúdo local que atenda às obras inscritas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo Bacci, o governo federal criou a Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições, e a companhia levará sugestões que atendam ao setor naval e offshore.

A viabilização de linhas de crédito, a requalificação da mão-de-obra para atender as encomendas que chegarão aos estaleiros e a compreensão de como se dará a transição de energética são os alicerces necessários para essa tão esperada retomada.

Internacionalização e ampliação de negócios —A busca por novos negócios internacionais foi um dos principais assuntos. A Transpetro pretende levar sua expertise em logística e alavancar potenciais parcerias. Com este propósito, a companhia negocia atualmente a assinatura do primeiro memorando de intenções internacional com a Suriname’s National Energy, Oil and Gas Company (Staatsolie), estatal do Suriname, para avaliar as possibilidades de negócio.

Bacci enfatizou no evento que a companhia pode ser um ator importante para apoiar países que estão se desenvolvendo na questão logística. —Vamos buscar novos clientes no Brasil ou no exterior. Estamos conversando com representantes da Argentina e da Guiana, entre outros países. E já temos clientes privados para operações Ship to Ship e Barge to Ship— exemplificou.

Transpetro na Navalshore —A Transpetro é a principal patrocinadora plataforma de negócios da indústria marítima da América Latina — a Navalshore, que acontece no Expo Mag, no Rio de Janeiro. No dia 23 (quarta-feira), o diretor de Transporte Marítimo, Dutos e Terminais, Jones Soares, é o convidado do painel “Transição energética na indústria marítima.

Além da participação nos debates, a companhia conta com um espaço posicionado estrategicamente na entrada do evento, onde os visitantes podem conhecer de perto o funcionamento de um simulador de transporte marítimo, instalado no estande. Outra atração mostra, com interatividade, a história da frota de 36 navios da companhia.

A Transpetro também disponibiliza aos participantes da Navalshore um espaço de convivência na Sala Somos Transpetro.

— A essas obras cujos planos de construção foram anunciadas pela Transpetro se somarão a um mercado novo e promissor da exploração da energia eólica no mar, e, atividades de desmantelamento de embarcações e estruturas marítimas, portanto, desejamos sucesso ao evento — disse o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) Ariovaldo Rocha.

Na abertura da Navalshore — Feira e Conferência da Indústria Marítima esteve o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o vice-almirante Wilson Pereira de Lima Filho, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) Ariovaldo Rocha, o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação (Syndarma), a presidente da Associação das Empresas de Apoio Marítimo(Abeam), Lilian Schaefer, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, diretor de Programas da Marinha Celso Mizutani Koga, o secretário estadual de Energia e Economia do Mar ((SEENMAR), Hugo Leal, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, e o diretor da Navalshore e da Revista Portos e Navios, Marcos Godoy Perez.