Entre as metas está a transformação de refinarias em biorrefinarias, construção de 25 navios e, 11 navios afretados.
A Petrobras terá 47 projetos incluídos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no dia 11 de agosto (sexta-feira), no Teatro Municipal,. Os investimentos da empresa no PAC 2023 somam R$ 323 bilhões.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou, entre eles, sistemas de produção no pré-sal, revitalização de campos petrolíferos convencionais, como Marlim, Albacora e Roncador; construção de novas plataformas e navios no Brasil. —Em desenvolvimento está um programa de construção de 25 navios em estaleiros brasileiros. Outros 11 navios para operações de cabotagem de petróleo e derivados serão afretados —disse o executivo.
Outro projeto prevê a melhoria do diesel S-10 produzido nas refinarias de Paulínia (Replan) e de São José dos Campos (Revap), ambas no estado de São Paulo.
Na transição energética, disse que a ideia é transformar as refinarias em biorrefinarias. A primeira a ser transformada é uma refinaria inaugurada por Getúlio Vargas, em 1937, no Rio Grande do Sul, que fabricará produtos 100% a partir de óleo vegetal.
Ainda na área de refino, a meta é dobrar a capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, para 260 mil barris por dia. —Vamos entrar no mercado do óleo vegetal, seja fabricando biodiesel, seja através do processamento —garantiu o presidente da Petrobras.
Prates referiu-se também a nove poços previstos para exploração na Margem Equatorial, que dependem de licenciamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Há também projetos de escoamento de gás e construção de dois gasodutos, em Sergipe e Alagoas. A Petrobras pretende ainda promover a realização de projetos em parceria com países vizinhos, como Bolívia, Venezuela e Argentina.
Plano estratégico —O Plano Estratégico (PE) 2023-2027 da Petrobras orientou a seleção dos projetos prioritários da companhia que receberão os investimentos do novo PAC. Um deles é um fundo de descarbonização. Prates anunciou que outros poderão ser incorporados à lista após aprovação do novo PE 2024-2028.
A produção de derivados petroquímicos, fertilizantes e combustíveis com menor pegada de carbono ou origem inteiramente renovável também está prevista também entre os projetos citados. Receberão investimentos novos negócios, como hidrogênio sustentável e captura e estocagem de carbono (CCUS), tecnologias inovadoras em ascensão no mercado.
Foi definido um modelo verde para destinação de 26 plataformas a serem descomissionadas, nos próximos cinco anos. O objetivo é atingir sustentabilidade, segurança e cuidado com pessoas e meio ambiente. A aposta de Jean Paul Prates é a Petrobras se tornar referência global nessa atividade.
Uma das tendências do Novo PAC e meta atual da Petrobras, no eixo da transição energética está prevista uma planta de biorrefino dedicada à produção de bioquerosene de aviação e diesel renovável, além de coprocessamento de óleo vegetal em outras unidades. A produção de derivados petroquímicos, fertilizantes e combustíveis com menor pegada de carbono ou origem inteiramente renovável também terá vez. Um exemplo prático disso é o reposicionamento que a Petrobras estuda para a Refinaria Riograndense (RPR) como a primeira biorrefinaria do Brasil.
Projetos de descarbonização são outro destaque no portfólio da Petrobras no Novo PAC, inclusive numa visão mais ampla que a produção ou refino. Novos negócios, como hidrogênio sustentável e captura e estocagem de carbono (CCUS), tecnologias inovadoras em ascensão no mercado, também receberão investimentos.
Também foi definido um modelo verde para destinação de 26 plataformas a serem descomissionadas, nos próximos cinco anos, visando sustentabilidade, segurança e cuidado com pessoas e meio ambiente. O objetivo é que a companhia se torne referência global nessa atividade.
PAC — A primeira versão do PAC foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2007, com o objetivo de superar os gargalos de infraestrutura do país. Primeiramente, o programa previu investimentos de R$ 503,9 bilhões em ações de infraestrutura nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, entre 2007 e 2010.
Uma segunda etapa do programa, o PAC 2, foi anunciada em 2011 pela então presidenta Dilma Rousseff, com investimentos previstos em R$ 708 bilhões em ações de infraestrutura social e urbana.
Um dos principais desafios do Novo PAC será evitar os mesmos erros das edições anteriores, que resultaram em descontinuidade e paralisação de obras. O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, no final de 2022, o país tinha mais de 8,6 mil obras paralisadas, o que representa cerca de 38,5% dos contratos pagos com recursos da União. Segundo o TCU, o mau planejamento dos empreendimentos é o principal fator de paralisação das obras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) em sua auditoria identificou que há mais de 14 mil obras paradas em todo o país — dessas 2.688 obras paradas são dos PACs 1, e 2.
Uma das obras que aparece no Novo PAC é a ferrovia Transnordestina, com mais de uma década de atraso. Orçamento inicial era de R$ 4,5 bilhões, mas já foram gastos R$ 9,1 bilhões até junho de 2023, segundo a CSN, sendo R$ 1,71 bilhão de recursos federais, R$ 3,47 bilhões de empréstimos públicos e R$ 3,95 bilhões da própria CSN.