Mostra a pesquisa realizada pelo Clube de Diretores Lojistas (CDLRio), e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio).
Os juros altos, que tornam o crédito mais caro e restrito, aliado aos elevados índices de inadimplência e endividamento das famílias, inibiram o consumo e de certa forma afastaram o consumidor das compras, e seguramente foram as principais causas do baixo desempenho das vendas do comércio carioca no primeiro semestre deste ano.
É o que mostra a pesquisa realizada pelo Clube de Diretores Lojistas (CDLRio), e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), junto a 250 lojistas da cidade, a respeito da percepção dos negócios e do faturamento nos primeiros seis meses de 2023.
Não bastassem os aspectos econômicos, para 60% dos entrevistados a violência influenciou e afastou o cliente das lojas, principalmente as de bairro; já 35% apontaram o comércio ilegal e a desordem urbana como entraves; e 15% disseram que a excessiva carga tributária e a burocracia também prejudicaram vendas.
Para o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, reverter o cenário ainda adverso para o comércio local, o momento exige das entidades representativas da sociedade e do poder público agregação em torno de um único propósito: a recuperação econômica do Rio de Janeiro.
—Hoje, grande parte dos lojistas do Rio luta contra sucessivos revezes, enfrentando dificuldades para manter seus negócios. Assim, para superar adversidades o apoio do poder público é fundamental, considerando problemas antigos e recorrentes. Tanto para coibir a violência e a desordem que afastam os consumidores dos estabelecimentos comerciais, como para criar ambiente favorável aos negócios, reduzindo custos. Nesse sentido, um viés poderia ser a redução da carga tributária e a oferta de incentivos que dessem fôlego financeiro às empresas, estimulando novos investimentos e facilidades para ações empreendedoras. Essas condições poderiam ser interessantes para a recuperação do comércio fluminense, diante da conjuntura de consumo meio morna— destaca Aldo Gonçalves.
Expectativa para o segundo semestre — Em relação às expectativas para a segunda metade deste ano, o presidente do CDLRio e do SindilojasRio afirmou que os lojistas apostam em resultados melhores, ainda que possam vir a ser moderados. Mas não serão fáceis, na medida que dependem de outros fatores, como a queda da inflação e dos juros; da inadimplência das famílias; das dívidas das famílias; bem como do maior combate à violência e à desordem urbana; juntamente com a desejada diminuição de impostos e de custos operacionais.