Companhia e Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, unem esforços em projeto de pesquisa e cooperação tecnológica para fomentar iniciativas científicas e formação profissional.
A Neoenergia assinou com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, um protocolo de intenções para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico de hidrogênio verde. As instituições vão trabalhar conjuntamente para impulsionar iniciativas científicas e a formação de especialistas na tecnologia.
Pelo acordo, o Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) está previsto para ser inaugurado em dezembro deste ano. A unidade terá o objetivo de formar de novos profissionais qualificados no setor do hidrogênio verde, e de avançar no conhecimento da nova tecnologia.
Além de contribuir para o avanço da descarbonização e do desenvolvimento sustentável, a parceria reforça a relação que a Neoenergia tem com a academia, o ambiente de inovação e a pesquisa tecnológica. —A capacitação é fundamental no impulsionamento do hidrogênio verde no Brasil. Investir na formação e no treinamento de profissionais especializados fortalece a indústria nacional e acelera a transição energética —afirmou Tatsumi Igarashi, responsável pelo desenvolvimento do hidrogênio verde na Neoenergia.
O CH2V será um complexo de mais de 3.000 m². O espaço incluirá uma planta de eletrólise, um sistema de tanques de armazenamento e de compressores, e uma infraestrutura para o fornecimento de veículos impulsionados por hidrogênio. Além disso, será construído um prédio anexo dedicado à pesquisa de hidrogênio verde.
A tecnologia do hidrogênio verde é baseada na geração de hidrogênio — um combustível universal, leve e muito reativo — por meio de um processo químico conhecido como eletrólise. Esse método utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água. A eletricidade, quando gerada por fontes renováveis, não emite dióxido de carbono na atmosfera.
A Iberdrola, grupo espanhol controlador da Neoenergia, possui uma central de hidrogênio verde em Puertollano, na Espanha. A planta é a maior da Europa e representa uma experiencia muito importante na parceria com a universidade.
O hidrogênio verde é um vetor energético renovável, armazenável e transportável com potencial para impulsionar a transição energética global por meio da descarbonização de setores de difícil eletrificação. Trata-se de uma solução para áreas que enfrentam desafios significativos para reduzirem as emissões de gases de efeito estufa, como a indústria química, siderúrgica e de fertilizantes.
Outra vantagem está na versatilidade de aplicação e de uso. O hidrogênio verde pode ser transformado em eletricidade ou em combustíveis sintéticos, e ser utilizado para fins comerciais, industriais ou de mobilidade.
—O protocolo de intenções vai permitir a atuação conjunta para tornar o Centro de Hidrogênio Verde uma referência em estudos do uso do hidrogênio no Brasil e no mundo. O objetivo é a realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento em energia renovável, incluindo a aplicação do hidrogênio verde para redução de emissões, de utilização de combustíveis fósseis, e de pegada de carbono com a descarbonização de processos em uma transição energética que, cada vez mais, faz uso de fontes de energia limpas e renováveis —afirmou o Reitor da Universidade Unifei, professor Edson da Costa Bortoni.
O reitor acrescenta que a Unifei, em parceria com a agência alemã GIZ, está implantando um laboratório de pesquisas em hidrogênio verde, cuja primeira fase está prevista para setembro deste ano e a segunda para fevereiro de 2024. Essas etapas se referem ao centro de pesquisas e desenvolvimento e à produção de hidrogênio a pressões de 30 bar, 200 bar e 900 bar, visando diversos tipos aplicações industriais, mobilidade, transporte e gerenciamento de produção de energia elétrica com células a combustível e armazenamento de hidrogênio.