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03/08/2023

Julho registrou 367.192 unidades emplacadas, uma alta de 5,4%, diz Fenabrave

Foi o melhor mês do ano nos emplacamentos de autos e leves.

O resultado dos segmentos de automóveis e comerciais leves é o 10º melhor para o mês de julho no ranking histórico da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne dados desde 1957. Resultados da MP Nº 1175, editada pelo Governo Federal, em 06 de junho, teve seus reflexos mais expressivos em julho, em função do tempo da troca de notas fiscais, entre montadoras e Concessionárias.

Os descontos patrocinados, concedidos pelo governo federal, por meio das Medidas Provisórias Nº 1175 e no. 1178, para transações de veículos mais sustentáveis, deram resultado e fizeram com que julho atingisse o melhor resultado nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves em 2023. Segundo informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados 215.711 autos e leves em julho, alta superior a 20% sobre junho, aumento de 27,5% sobre julho de 2022 e de quase 13% sobre o acumulado do ano passado. O melhor resultado de 2023, até então, havia sido registrado em março, com 186.574 unidades emplacadas no mercado interno. —Com o aumento das vendas, mesmo com incentivos federais, a arrecadação fiscal também deve ter sido ampliada pelo maior volume de veículos comercializado. Isso vale para o governo federal e mais ainda para os estaduais, que não concederam descontos, e tiveram, portanto, ganho integral na arrecadação do ICMS —avalia Andreta Jr.

Considerando todos os segmentos automotivos, o mês de julho registrou 367.192 unidades emplacadas, uma alta de 5,4% sobre junho e de 19,3% sobre julho de 2022. No acumulado do ano, a elevação chegou a quase 15%, totalizando mais de 2,2 milhões de veículos emplacados, dos quais, mais da metade de autos e leves. —Se avaliarmos apenas o acumulado de automóveis e comerciais leves, veremos que este foi o melhor volume desde 2019, portanto, antes da pandemia, o que mostra a eficiência da medida adotada pelo Governo —analisa Andreta Jr, presidente da Fenabrave.

Como presidente da entidade já havia comentado, no início de julho, —há um intervalo de cerca de 15 dias entre o fechamento do negócio na Concessionária e o emplacamento do veículo. Como boa parte das negociações estimuladas pelo desconto tributário ocorreu nos últimos dias de junho e em julho, o resultado deste último mês captou bem os efeitos das Medidas Provisórias —explica Andreta Jr., complementando: —Isso fica ainda mais claro ao analisarmos a média dos emplacamentos diários, que foi de cerca de 8,5 mil unidades, em junho, e de mais de dez mil em julho— completa.

Ao todo, as MPs – Medidas Provisórias Nº 1.175 (editada em 06 de junho) e Nº 1.178 (editada em 30 de junho) destinaram R$ 1,8 bilhão em descontos tributários nas transações de veículos, sendo R$ 800 milhões para os segmentos de automóveis e comerciais leves, R$700 milhões para caminhões e R$300 milhões para ônibus. —De forma efetiva para autos e leves, a iniciativa, aliada aos descontos adicionais, oferecidos pelas montadoras e suas Redes de Concessionárias, além das taxas especiais dos bancos das fabricantes, aqueceu o mercado automotivo, que enfrenta um ano desafiador, em função da perda do poder de compra da população e da alta seletividade de crédito por parte das instituições financeiras— comentou o presidente da Fenabrave.

Para ele, —as medidas do Governo aqueceram, momentaneamente, as transações de veículos novos, contribuindo para a manutenção de empregos em toda a cadeia automotiva, além de colaborar para uma mobilidade mais segura e sustentável, à medida em que incentivou a renovação da frota —reforça Andreta Jr., fazendo um alerta: —No entanto, do ponto de vista econômico, é muito importante para o País manter nosso setor aquecido. Por isso, a Fenabrave acredita ser necessária a criação de um plano sustentado de recuperação do setor automotivo que não seja temporário e que não envolva perda de arrecadação de impostos, mas mecanismos de crédito que permitam, ao consumidor, readquirir poder de compra. Estamos finalizando esse estudo e esperamos apresentá-lo ao Governo em breve— conclui Andreta Jr.

Emplacamentos em julho e acumulado de 2023: Automóveis e Comerciais Leves —Os descontos tributários patrocinados pelo Governo mantiveram as vendas aquecidas para autos e leves, que registraram volume recorde de emplacamentos no ano. —O sucesso das MPs é inquestionável para estes segmentos, principalmente, para os veículos flex aspirados de entrada, que formaram a grande maioria das negociações, dando acesso a um consumidor que não alcançava um veículo 0 km. O desafio, a partir de agora, é encontrar formas para manter este mercado aquecido, e o crédito é um dos principais desafios —frisa Andreta Jr.

Automóveis e Comerciais Leves Eletrificados — Os automóveis e comerciais leves eletrificados, embora sem modelos que se enquadrassem nas regras da MP 1175, registraram bom resultado em julho. —Os emplacamentos em julho somaram 7,5 mil unidades, puxados pelos híbridos, que representam mais de 80% desse mercado —continua Andreta Jr.

Caminhões —O mercado de caminhões, aos poucos, começa a se adequar à introdução do Euro 6, o que explica a leve recuperação do segmento no mês de julho. —Os fabricantes e os compradores dos veículos com a nova tecnologia estão se adequando à nova realidade de valores que a tecnologia implica, mas pode-se afirmar que o Euro 6 já começa a se consolidar no País, especialmente, por conta de um cenário um pouco melhor para o crédito, no segmento —emenda o presidente da Fenabrave, lembrando que já é possível encontrar financiamentos com a TFB – Taxa Fixa do BNDES, que oferece juros entre 1,18% e 1,21% ao mês. Além disso, segundo Andreta Jr., alguns transportadores já começam a utilizar os recursos das MPs para renovar suas frotas, ainda que de forma incipiente.

Ônibus —Segundo o presidente da Fenabrave, a grande oscilação no mês não muda o cenário de recuperação no ano. —Por se tratar de um segmento de volumes mais baixos, pequenas diferenças, em unidades, aparecem como grandes saltos ou quedas percentuais. Enxergamos o mercado de ônibus em um processo contínuo de recuperação, tanto que ele está positivo no ano. Os programas governamentais de transporte público, como o Caminho da Escola, colaboram para a recuperação deste mercado e prometem colaborar para a retomada do segmento— prevê Andreta Jr.

Implementos Rodoviários —Os implementos rodoviários seguem registrando um volume estável no decorrer do ano, com ligeira alta no acumulado dos primeiros sete meses. —Como a mudança de tecnologia, para o EURO 6, atingiu apenas caminhões, a visão da Fenabrave é que os emplacamentos de implementos rodoviários têm seguido o fluxo natural de renovação de equipamentos e frota dos transportadores— afirma Andreta Jr.

Motocicletas —O mercado de motos se mantém aquecido, muito pelo fato de o veículo ter se consolidado como uma grande ferramenta de mobilidade e instrumento de trabalho. —O grande desafio, principalmente, para motos de até 250 cilindradas, é a seletividade do crédito, que acabou afetando os resultados do mês de julho. Caso tivéssemos um cenário de maior oferta de crédito para financiamentos, teríamos dados positivos e perspectivas ainda melhores para o ano. De qualquer forma, o consórcio tem sido um forte aliado do segmento— diz o presidente da Fenabrave.

Motocicletas Eletrificadas — As motocicletas elétricas apresentaram números de emplacamentos próximos aos de junho, com 750 unidades, contra 785 no mês anterior. No acumulado do ano, foram emplacadas 5,1 mil unidades.

Tratores e Máquinas Agrícolas: por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamento junto aos fabricantes.

Apesar da alta nas vendas em junho sobre maio, o mercado de equipamentos e máquinas agrícolas segue em retração acumulada no primeiro semestre do ano. —Os valores das commodities, especialmente, as cotadas em dólar, caíram recentemente, o que diminui o ritmo dos novos negócios. Apesar de os fabricantes terem ajustado o preço dos equipamentos para baixo, os novos negócios ainda estão abaixo das expectativas. E, como o Plano Safra foi lançado apenas na última semana de junho, ainda não foi possível captar a reação dos produtores —observa o presidente da Fenabrave.

As projeções para 2023 seguem mantidas, segundo a Fenabrave até que o cenário econômico fique mais claro, ou seja, um crescimento do segmento em cerca de 3,3% no ano.