O evento Rio Harp Festival reuniu músicos renomados de 22 países no Rio de Janeiro.
Em 2018, quando a jovem Giovana Sanches Martins decidiu prestar concurso para sargento músico do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), não podia imaginar que, alguns anos depois, representaria a Marinha do Brasil (MB) no maior festival de harpas do mundo, diante de um teatro lotado. Mas essa foi exatamente a experiência vivida pela Sargento Giovana Sanches, integrante da Banda Sinfônica do CFN, no dia 30 de julho (domingo), no palco do teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro (RJ), onde mostrou todo seu talento e habilidade com as cordas, durante o Rio Harp Festival.
Após passar por Brasília, São Paulo e Rio, o evento segue agora para a Europa, depois de mostrar por aqui culturas musicais que vão da harpa mais conhecida ao koto japonês. Ao todo, o Rio Harp Festival teve 73 concertos, em 31 dias ininterruptos, — com apresentações diárias e gratuitas de 30 harpistas, de 22 países, e 150 músicos de diversas formações.
— Conheci a harpa durante uma apresentação na escola. Meus pais viram meu interesse e decidiram me apoiar, mesmo com todas as dificuldades para estudar esse tipo de equipamento no conservatório de música. Foram anos de sacrifícios, uma vida de dedicação até passar no concurso e estar aqui hoje — afirma a sargento.
O acesso à harpa ainda é muito difícil por se tratar de instrumento importado com preço elevado. Atualmente, a Giovana, que é a única harpista militar do Brasil, estuda na Universidade Federal do Rio de Janeiro para aperfeiçoar sua técnica musical. —Recebo incentivo da Marinha do Brasil para continuar meus estudos. Meu sonho, como de todo harpista, é contribuir para tornar o instrumento mais conhecido no País— diz.
—A música é definida em seus conceitos como a arte de manifestação dos sentimentos da alma mediante o som. Assim, nossas Bandas, ao executarem hinos e marchas, buscam contagiar as tropas nas cerimônias, desfiles e concertos. Mas, além dos conhecimentos técnicos, o músico militar precisa manifestar os valores essenciais dos Fuzileiros Navais: honra, competência, determinação e profissionalismo —ressalta a regente da Banda Sinfônica do CFN, primeiro-tenente (Quadro Auxiliar de Fuzileiro Naval) Liana Arduino de Magalhães.
Como se tornar músico da Marinha do Braisl — Para quem tem interesse em se tornar sargento músico, o primeiro passo é ser aprovado em concurso público. O candidato precisa cumprir alguns requisitos: ser brasileiro(a), ter 18 anos completos e menos de 25 anos, altura mínima de 1,54 metro e máxima de dois metros (ambos os sexos) e ter concluído ou estar em fase de conclusão do ensino médio. Em seguida, vêm as etapas do exame de escolaridade, prova prática de música, inspeção de saúde, teste de aptidão física e avaliação psicológica. Ao final, como demonstra a história da Sargento Giovana Sanches, todo esse esforço é recompensado. | Agª Marinha.