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27/07/2023

Projeto da Solvay e Esalq-USP vai desenvolver inovações em bioprodutos para agricultura

O Grupo Solvay e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) assinaram parceria para um projeto de dois anos com objetivo de desenvolver formulações e soluções para biológicos na agricultura, visando a melhoria da vida de prateleira de microrganismos selecionados para aplicação foliar e tratamento de sementes.

O projeto será realizado sob coordenação do professor Ítalo Delalibera Júnior, do Departamento de Entomologia e Acarologia da Esalq-USP. Ele é especialista em controle biológico baseado em microrganismos e o laboratório que ele dirige é focado no desenvolvimento de bioprodutos utilizados principalmente como bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e inoculantes em diferentes culturas agrícolas.

Esse laboratório também faz parte do ecossistema de inovação da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial(Embrapii), organização que apoia instituições de pesquisa tecnológica fomentando a inovação na indústria brasileira.

—Estamos unindo forças neste projeto. A Esalq-USP, através do laboratório do professor Ítalo, colocará à disposição seu know-how na descoberta de biopesticidas, bioprocessos e aplicações agronômicas, enquanto a Solvay aportará o seu amplo conhecimento em formulações para o setor agrícola com surfactantes, polímeros, carreadores e aditivos inovadores —comenta Fernanda Costa, gerente de Pesquisa e Inovação Agro na América Latina e gerente Global de Pesquisa e Inovação para o segmento de Biológicos do Grupo Solvay.

—Existe uma carência muito grande de informações sobre formulações para biológicos e nós temos criado competências nesta área especialmente no desenvolvimento de produtos direcionados para cada alvo usando conhecimento sobre a bioecologia das pragas, doenças e nematóides. A parceria com a Solvay permitirá identificar compostos mais compatíveis com os biológicos e que possibilitem melhoria da eficácia em campo e aumento do período de prateleira —afirma o professor Ítalo Delalibera.

O desenvolvimento de insumos biológicos para a agricultura é um dos pilares da estratégia global de crescimento da Solvay no setor Agro. “E o Brasil tem um papel relevante nessa estratégia: além de sua importância na agricultura mundial, o país é um dos maiores mercados de biológicos do mundo e referência na aceitação e adoção de bioprodutos nas lavouras”, acrescenta Fernanda Costa, da Solvay.

A Solvay, que já é reconhecida produtora de tecnologias e insumos para diferentes culturas do setor em nível global, pretende ampliar sua participação no segmento de biológicos, utilizando o pioneiro Laboratório de Biotecnologia Industrial (IBL, na sigla em inglês), instalado no Centro de Pesquisa e Inovação da companhia em Paulínia-SP, onde também funcionam laboratório dedicado a formulações agro e laboratório voltado ao tratamento de sementes, além da infra-estrutura de caracterização microbiológica, analítica e físico-química.

O IBL tem como foco principal a pesquisa de novos processos e moléculas derivados da biomassa e a sua transformação em soluções inovadoras para atender aos mercados de atuação da empresa. Totalmente integrado, o laboratório é capaz de cobrir toda a cadeia de valor de biomassa, desde a sua caracterização até a fase de obtenção de novas moléculas e soluções.

Programa nacional de Bioinsumos — Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento implementou o Programa Nacional de Bioinsumos para incentivar o uso de insumos biológicos na agricultura, promovendo seu desenvolvimento sustentável.

Os bioinsumos vão desde sementes, fertilizantes, inoculantes, produtos para nutrição vegetal e animal, extratos vegetais, produção de inimigos naturais de pragas, vacinas veterinárias, defensivos feitos a partir de microrganismos benéficos para o controle de doenças até produtos ou tecnologias homeopáticas que possuam ativos biológicos em sua composição.

Os bioinsumos para o setor agrícola fazem parte da bioeconomia, com produtos destinados a diversos segmentos de mercado, além do agroindustrial.

Segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) – a Bioeconomia movimenta em torno de dois trilhões de euros e gera 22 milhões de empregos. A OCDE, no estudo The Bioeconomy to 2030: Designing a Policy Agenda, indica que até 2030 a Bioeconomia deverá responder por 2,7% do PIB dos seus países membros. Esse percentual poderá ser ainda maior em países como o Brasil, devido à sua biodiversidade e políticas públicas que incentivam as cadeias produtivas que utilizam os recursos naturais de forma sustentável e consciente.