Equipes de Robótica viajam pela primeira vez de avião para disputar Copa do Mundo na Alemanha.
Trinta estudantes, de 10 a 17 anos, viajaram pela primeira vez para fora do país, a maioria inclusive de avião. A oportunidade veio através do torneio de robótica da Fira (Federation International Sports Association), na Alemanha, considerada a Copa do Mundo de Robótica, que acontece de 17 a 21 de julho(segunda a sexta-feira). A expectativa dos jovens, divididos em seis equipes de cinco unidades da Escola Firjan SESI, é grande.
—É uma experiência incrível esta que estou vivendo, porque antes só via meus amigos juntando dinheiro para fazer intercâmbio e viajar para fora do país. Isto para mim era uma realidade muito distante, ainda mais para os EUA e Europa, no caso a Alemanha. Não imaginava ter um passaporte agora, só daqui a 10 anos, pensava, sabe, como coisas que queria viver no futuro. Estou vivendo um sonho hoje, portanto, com 17 anos, no Ensino Médio, viajando para fora sem os meus pais —declarou Vinicios Gimenez, da Equipe Smart Lego, Resende, Sul do estado do Rio.
Além da competição, a viagem à Alemanha tem ainda um viés pedagógico com o tour por Berlim. —Já visitamos museus, centros culturais e locais históricos. Os alunos estão vivenciando a Alemanha de hoje, comparando com o país do passado. Além disso, a competição ainda proporciona aos jovens integração entre países e culturas diferentes, com trocas de experiências, conhecimentos e cooperação —explica Vinícius Mano, coordenador de Educação Básica da Firjan SESI.
A ação dialoga com um projeto já existente na rede de escolas, chamado “Conhecendo o Meu Lugar”, que leva alunos para conhecerem locais históricos e centros de memória de suas regiões, relacionados aos conteúdos trabalhados nas disciplinas, sempre com a condução de especialistas das áreas de ciências humanas e de cultura. Neste caso, a ação foi carinhosamente apelidada de “Conhecendo um Outro Lugar” e contará com um professor de História, que já lecionou no SESI e está na Alemanha, e vai conduzir os momentos em campo. Além dos alunos, irão o coordenador de conteúdos e a gerente da Educação Básica, os professores técnicos das equipes, o gerente e o diretor de cada escola.
A Copa do Mundo de Robótica (Fira Robo World Cup) tem 40 equipes, mais de 500 jovens, competidores de 12 países em Lindenhalle Wolfenbüttel, entre eles Brasil, China, Indonésia, Malásia, México, Irã, Grécia, Uruguai, Turquia e Canadá. A expectativa é que os robôs desenvolvidos apresentem inovação e criatividade. São quatro categorias, com competições independentes em cada uma: Cabo de Guerra: de forma autônoma, os robôs devem encontrar uma maneira de deslocar oponente para fora da plataforma, usando uma corda.
Cliff Hanger (Sumô): de forma autônoma, os robôs devem encontrar formas de tirar o oponente da plataforma circular, como em um sumô.
DRC Explorer: a arena do DRC Explorer é uma simulação de um edifício em ruínas. O robô explorador da DRC deve encontrar as vítimas neste edifício e transmitir pacotes de resgate para elas.
Missão Impossível: os alunos precisam usar sua imaginação e criatividade para resolver problemas usando itens disponíveis, como picolés, elásticos, tesouras e martelos, incorporando-os aos seus robôs e reprogramando-os em tempo real, conforme os problemas.
Sthefany Souza, 16, do 2º ano do Ensino Médio da Escola Firjan SESI SENAI Laranjeiras, Zona Sul do Rio, compete pela Equipe Laranja Hi Tech: “Trabalho na programação do sumô. Fui aprendendo durante a preparação para as competições. Primeira vez que viajo para fora. Não teria essa chance se não fosse pela escola. Acredito que vamos ganhar”, conta.
As Escolas Firjan SESI participantes, com suas equipes e categorias de competição:
. Escola SESI Benfica – Equipe Benfica Tigers – DRC Explorer, Missão Impossível, Cabo de Guerra e Cliff Hanger (Sumô);
. Escola SESI Laranjeiras – Equipe Hi Tech – Missão Impossível, Cabo de Guerra e Cliff Hanger (Sumô);
. Escola SESI Barra Mansa – Equipe Medal Hunters e Equipe Medal Hunters High – Missão Impossível, Cliff Hanger (Sumô), DRC Explorer e Cabo de Guerra;
. Escola SESI Resende – Equipe Smart Lego – Missão Impossível, Cliff Hanger (Sumô), Cabo de Guera e DRC Explorer;
. Escola SESI Volta Redonda – Equipe Space Bots – Cliff Hanger (Sumô), Cabo de Guerra e Missão Impossível.
Desenvolvimento de competências — Nas Escolas Firjan SESI, a Robótica Educacional é desenvolvida em todas as turmas, de todas as séries de ensino. E os objetivos dessa componente curricular vão muito além das competições e da disputa pelas medalhas. A Robótica Educacional propõe que os estudantes resolvam problemas complexos, relevantes para a sociedade, usando ferramentas digitais, como os robôs, material lego, programação, mas também analógicas, com os mais diversos materiais, mobilizando os conteúdos aprendidos nas diferentes disciplinas e colocando-os a serviço da criatividade e da solução dos problemas. Dessa forma, da Robótica Educacional se torna uma grande aliada do processo escolar, contribuindo para que os alunos desenvolvam competências técnicas, acadêmicas e socioemocionais.
—Participar de um torneio desse faz com que os alunos desenvolvam várias competências, além do conteúdo escolar, como resiliência, robótica, experiência de uma viagem internacional. Muitos nunca saíram do país e estudam no nosso Ensino Médio gratuita— salienta Mano.