Problemas comuns e quase crônicos da contemporaneidade, como mudanças climáticas e desigualdade social, nos fazem refletir sobre o modelo e a organização social na qual vivemos e nos questionar: qual é o real papel das empresas para a melhoria do mundo de hoje?
Buscando equilíbrio, fugindo de discussões extremistas ou essencialmente polarizadas e buscando uma visão global para os problemas atuais, o Capitalismo Consciente têm ganhado força no Brasil.
Este movimento tem em sua base quatro pilares: Propósito Maior, Orientação para Stakeholders, Cultura Consciente e Liderança Consciente. Seu significado, em linhas gerais, é acreditar que uma empresa deve existir para fazer parte de uma transformação nas relações, gerando impacto positivo para as pessoas e o planeta, e não apenas para gerar lucro para os acionistas.
Sua origem se deu nos Estados Unidos a partir de um estudo acadêmico que tinha como objetivo verificar como algumas empresas conseguiam manter alta reputação e fidelidade dos clientes sem ter investimentos exorbitantes em publicidade e marketing. Antes de ser publicado, o estudo chegou ao conhecimento de John Mackey, CEO da Whole Foods, que identificou no manuscrito muitas características e atitudes que há muitos anos já aplicava em seu negócio. Esse estudo evolui para o livro Firms of Endearment (traduzido no Brasil como “Empresas Humanizadas”) publicado em 2007 e que dá início oficial ao Movimento, que se torna uma organização em 2010, surgindo o Conscious Capitalism Inc.
Posteriormente, Raj Sisodia, um dos idealizadores do estudo e Mackey, se uniram para lançar em 2013 o livro Conscious Capitalism (traduzido no Brasil como “Capitalismo Consciente”), inspirando negócios em todo mundo a buscar o seu espírito heróico e entender que o lucro pode vir a partir da paixão e propósito.
No Brasil, o Capitalismo Consciente ganha força a partir de então, e hoje, além da sede, em São Paulo, já são mais de 10 filiais espalhadas por todo o Brasil, cerca de 3.800 embaixadores e 180 empresas associadas.
Vale destacar, como exemplos concretos de realizações deste movimento dentro do contexto corporativo no qual o autor deste artigo atua, as iniciativas Programa Vida+, que tem como foco o bem-estar dos nossos colaboradores e o S.E.R, que representa a essência do nosso voluntariado e geração de valor para a sociedade e o planeta, através de seus pilares Ambiental, Social, Governança e Diversidade.
São atitudes assim que podem contribuir para a melhoria e mudança em nosso planeta, dentro do próprio sistema. E você, acredita em um Capitalismo Consciente?
. Por: Gustavo Assis Rodrigues, formado em Businness Administration pela Fundação Getúlio Vargas e, atualmente, é presidente da MasterSense, empresa especialista em soluções para a indústria de alimentos e bebidas. Além disso, é embaixador do Capitalismo Consciente no Brasil.