Presidentes das federações do Espírito Santo e do Rio de Janeiro se reuniram, em Brasília, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços(MDIC), Geraldo Alckmin.
A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, e o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, entregaram ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços(MDIC), Geraldo Alckmin, o documento ‘O Brasil tem gás!’.
O material demonstra a importância do desenvolvimento do mercado de gás natural no país e reforça como o insumo pode ser decisivo no processo da reindustrialização nacional, além de contribuir para a transição da matriz energética. A audiência aconteceu no dia 07 de julho (sexta-feira), em Brasília.
Na ocasião, os presidentes das federações destacaram que o Brasil tem potencial para triplicar a disponibilidade de gás, de origem nacional, nos próximos dez anos. De acordo com os estudos, há gás suficiente para viabilizar a produção de petróleo — com a reinjeção — e para ampliar a oferta de modo a atender o setor industrial.
Cris Samorini pontuou ao vice-presidente sobre a necessidade de o país dar encaminhamento às regulamentações do setor e também melhorar a infraestrutura para a ampliação da oferta do gás.
—É necessário que os consumidores possam escolher livremente seus fornecedores, através do mercado livre. No Espírito Santo já tivemos alguns avanços, por exemplo, com a 3R Petroleum, que passou recentemente a compartilhar a infraestrutura da Petrobras. Mas acreditamos que há muito a se avançar. Por isso, é fundamental que haja um esforço para que toda a regulamentação federal a respeito do mercado de gás se concretize o mais breve possível—.
A presidente da Findes garantiu ainda ao ministro Alckmin que há demanda da indústria para consumir o gás natural, seja como matéria-prima, seja para o consumo energético. Ela também citou no encontro o projeto do Polo Gás Químico, em Linhares – empreendimento que chegou a ser planejado pela Petrobras, mas foi retirado em 2015 do Plano de Negócios da companhia.
— Retomar o debate sobre esse empreendimento é estratégico não só para o Estado, mas para o país. Afinal, estamos falando de um projeto que vai ajudar a atender o mercado consumidor brasileiro, reduzindo a dependência externa de produtos que hoje são importados pelas nossas empresas. Além, é claro, dos impactos positivos na geração de emprego e renda para os capixabas—.
Cris Samorini destacou que a reunião foi muito produtiva e citou algumas das ações já em curso sinalizadas por Alckmin para desenvolver o mercado de gás. Entre elas estão: a criação de grupos de trabalho dentro do Programa Gás para Empregar; o desenvolvimento de um estudo junto ao MBC (Movimento Brasil Competitivo) para mapeamento dos problemas regulatórios; a criação do Observatório do Gás, que vai reunir informações estratégicas do setor; e o estímulo ao desenvolvimento de regulamentações junto aos governos estaduais.
Além dos presidentes das federações do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, participaram da audiência representantes da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).
Produção — Juntos, Espírito Santo e Rio de Janeiro respondem por mais de 70% da produção de gás natural do Brasil. E o Espírito Santo se destaca como o primeiro colocado no Ranking do Mercado Livre de Gás Natural, o Relivre, criado pela Abrace. | Beatriz Seixas.