Prioridades dos brasileiros para o governo em 2023, aponta CNDL/SPC Brasil.
Ampliação das oportunidades de emprego e renda são as principais expectativas. A maioria acredita que custo de vida aumentará. 51% estão insatisfeitos com padrão de vida.
Com a posse do presidente da República, os brasileiros aguardam com expectativa pelas ações e prioridades do novo governo. Uma sondagem realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que os brasileiros esperam de 2023 um cenário econômico melhor do que o de 2022 e elegem uma série de problemas que merecem atenção das autoridades. Na avaliação dos entrevistados, entre as prioridades do governo para este ano, 31% consideram o combate a corrupção, 30% inflação, 30% desemprego, 28% educação e 28% saúde pública.
De maneira geral, é esperado pelos brasileiros em 2023 um aumento das oportunidades de emprego (49%), da renda (46%), da educação (44%), da preservação do meio ambiente (42%) e dos investimentos na saúde pública (41%). Também se espera a redução da pobreza (39%) e da inadimplência (31%).
Quanto as expectativas para 2023, 59% dos entrevistados esperam um cenário econômico para o Brasil melhor que 2022, 15% aguardam um cenário pior e 14% igual.
Entre os entrevistados otimistas, 56% sempre acreditam que a situação pode melhorar, apesar dos problemas; 42% esperam que haverá recuperação econômica; e 33% estão confiantes de que o novo governo conseguirá realizar as reformas que o país precisa.
Já os que estão pessimistas acreditam que o governo não irá realizar as reformas que o país necessita (58%); a polarização política aumentará, e isso prejudicará a recuperação econômica (39%); e o Brasil continuará sofrendo com os efeitos da crise econômica (29%).
Em relação ao desenvolvimento econômico do país, 43% afirmam estar pessimistas ou muito pessimistas com relação ao novo governo para a adoção de medidas que possam incentivar o desenvolvimento econômico, 28% estão otimistas ou muito otimistas e 23% não está otimista nem pessimista.
A maioria acredita que o custo de vida/preços das coisas irá aumentar (42%), assim como a taxa de juros (40%). Também é esperado um aumento do consumo do brasileiro (40%) e redução do desemprego (41%).
Seis em cada dez pessoas esperam uma vida financeira melhor em 2023 — Em relação a vida financeira, a maioria dos entrevistados está otimista com o novo ano. De acordo com a pesquisa, 64% dos brasileiros esperam que sua vida financeira em 2023 seja melhor que em 2022 (especialmente mulheres e classes C/D/E). Enquanto 17% acreditam que será igual e 9% que será pior.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o sentimento de otimismo se justifica pelo controle da pandemia e os sinais de recuperação econômica. —Os últimos anos foram de muita incerteza, mas os efeitos das ações contra crise sanitária já estão sendo sentidos e isso dá mais esperança para o cidadão —diz José César, que também chama atenção para o início de um novo governo.
— Também temos que destacar o início de um novo governo, que sempre traz grande expectativa, uma vez que a população espera o cumprimento de promessas e ações apresentadas durante as eleições — diz José César.
Entre os que acreditam numa vida financeira melhor em 2023, 65% acreditam que vão conseguir manter o pagamento das contas em dia, 58% que conseguirão economizar e guardar dinheiro e 45% que conseguirão realizar algum sonho de consumo.
Quanto aos que aguardam uma vida financeira pior, 51% consideram que terão que fazer menos compras, 44% que terão dificuldades em guardar dinheiro e 43% que terão dificuldade para manter o pagamento das contas em dia.
Entre os projetos que envolve planejamento financeiro em 2023, 45% planejam juntar dinheiro, 32% fazer uma viagem, 31% comprar/reformar a casa, 31% sair do vermelho, e 24% comprar ou trocar de carro/moto.
Considerando os que esperam realizar projetos que envolvem planejamento financeiro em 2023, 63% afirmam ter esperança de que as coisas vão melhorar, 45% dizem estar se organizando financeiramente para isso e 16% avaliam que o cenário político e econômico está mostrando sinais de melhora.
Por outro lado, 90% possuem algum temor quanto a sua vida financeira em 2023, sendo os principais: não conseguir pagar suas contas (51%), não conseguir guardar dinheiro (37%), ter que abrir mão de consumir coisas que gosta (27%), não conseguir um emprego (20%) e não conseguir limpar o nome (19%).
76% fizeram cortes ou ajustes no orçamento no último ano. Mais da metade está insatisfeita com padrão de vida — Quanto as condições da economia brasileira em 2022 comparado a 2021, 36% acreditam que melhoraram, 34% pioraram e 27% não melhoraram nem pioraram. Em relação a própria condição financeira, 36% acreditam que não melhorou nem piorou, 32% avaliam que melhorou e para 30% houve piora.
Os que disseram que sua situação financeira melhorou atribuem principalmente a conseguir organizar seu orçamento (41%), estar fazendo trabalhos extras (32%) e ter mais pessoas da família trabalhando (29%).
Entre os que disseram que sua situação financeira piorou, as principais justificativas foram: tiveram que diminuir seu consumo para manter as contas em dia, pois o seu salário/rendimento não aumentou na mesma proporção dos preços dos produtos/serviços (62%), redução da renda familiar (37%), endividamento (30%), desemprego (27%) e imprevistos financeiros (27%).
Ainda com relação a vida financeira em 2022, as principais vivências dos entrevistados foram: conseguiram pagar as contas em dia (37%), tiveram que abrir mão de produtos ou serviços que compravam (32%), ficaram muitos meses com as contas no vermelho (30%), tiveram que fazer uso de alguma reserva financeira (26%), e ficaram com o nome sujo (23%).
De acordo com os entrevistados, 76% fizeram cortes ou ajustes no orçamento, sendo os principais motivos: redirecionamento do dinheiro para o pagamento de contas do dia a dia (54%), para pagamento das contas em atraso (38%) e para economizar e guardar dinheiro (27%).
Entre os cortes ocorridos no orçamento, 54% reduziram as refeições fora de casa e/ou delivery; 45% a compra de vestuários, calçados e acessórios; 42% a ida a bares, casas noturnas e baladas; e 42% os itens supérfluos de supermercado.
De acordo com o levantamento, 51% dos brasileiros estão insatisfeitos com o padrão de vida atual. Por outro lado, 43% estão satisfeitos.
As principais formas de pagar as contas e despesas atuais são: trabalho autônomo ou profissional liberal (35%), trabalho com carteira assinada (25%) e trabalho temporário ou “bicos” (23%).
Para manter ou aumentar o padrão de vida, as principais ações para aumentar sua renda mensal foram bicos (40%), uso do cartão de crédito (27%), estudar e profissionalizar para ganhar melhor (18%). 16% admitem que não estão fazendo nada para manter ou melhorar o seu padrão de vida.
Entre os que afirmaram ter sido necessário realizar “bicos” para manter ou aumentar o padrão de vida, 19% estão revendendo produtos, 17% realizando serviços gerais de manutenção (sobretudo os homens), e 13% estão trabalhando como diarista ou lavando roupa.
Metodologia.: Público alvo: Pessoas residentes em todas as capitais do país, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos).
Método de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada por sexo, idade, estado, renda e escolaridade.
Tamanho amostral da Pesquisa: 600 casos e pós ponderada considerando as regiões do país, sexo, idade, renda e escolaridade, gerando uma margem de erro no geral de 4,0 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Data de coleta dos dados: 18 de novembro a 05 de dezembro de 2022.